O delegado Luiz Alberto Braga, filmado atirando em um jovem durante briga em uma festa no Forte dos Remédios, na ilha de Fernando de Noronha, foi afastado das funções por 120 dias. A determinação, assinada pelo secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, foi publicada na noite dessa terça-feira (6), um dia após a confusão.
Na portaria, Carvalho destacou que “mostra cabível o afastamento cautelar do policial civil, objetivando garantir a ordem pública, a instrução regular do processo disciplinar e a viabilização da correta aplicação de sanções disciplinares, já que recai sobre ele indícios de práticas de atos incompatíveis com as funções públicas”.
Decisão foi publicada no Boletim Geral da Secretaria de Defesa Social. Luiz Alberto Braga de Queiroz atirou em Emanuel Apory durante briga no Forte dos Remédios.
O secretário também determinou que a Diretoria de Recursos Humanos da Polícia Civil recolha, em um prazo de até 24 horas, a identificação funcional, armas e e outros utensílios funcionais que se encontrem com o delegado.
Em outra portaria, a Corregedoria da SDS determinou a instauração de processo administrativo disciplinar especial (Pade) para apurar a conduta do delegado.
Testemunhas relataram que o delegado teria discutido com a companheira durante a festa, na noite do domingo (4). Pouco depois, ele teria visto a mulher conversando com Emmanuel Pedro Gonçalves Apory, de 26 anos, e teria ficado com ciúmes.
Pouco antes de 1h da segunda-feira, uma câmera de segurança registrou o momento em que o delegado abordou Emmanuel na saída de um banheiro. Luiz chegou a empurrar e, em tom agressivo, apontou o dedo para o rosto da vítima. Depois de outro tapa, Emmanuel reagiu, iniciando uma luta corporal. Na sequência, o delegado sacou a arma do bolso, atingindo uma perna da vítima.
Luiz Alberto deixou o local numa viatura oficial da Polícia Civil. Pela manhã, ele embarcou no aeroporto de volta ao Recife. Ele prestou depoimento no Grupo de Operações Especiais (GOE), no bairro do Cordeiro, entregou a arma de fogo e foi liberado, sem ser autuado em flagrante.
O caso segue sob investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
