Logo JC Online
Política

Polo Automotivo de Pernambuco consegue manter benefícios fiscais e empregos até 2032

Mudança no texto da Reforma Tributária, prorroga os incentivos fiscais para o setor automotivo de 2025 para 2032, mantendo o Polo de Pernambuco dentro da regra para ser beneficiado

Em | Da Redação com informações de JC Online

Atualizado em

Polo Automotivo de Pernambuco consegue manter benefícios fiscais e empregos até 2032
Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, Presidente da Stellantis América do Sul, Antonio Filosa, durante visita às instalações do Polo Automotivo de Goiana.Polo Automotivo de Goiana – PE.Foto: Ricardo Stuckert/PR

O polo automotivo de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, pode ganhar mais sete anos de benefícios fiscais. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, ontem, por 20 votos a cinco, a prorrogação dos incentivos às industrias do setor no Nordeste e Centro-Oeste até 2032, dentro do texto-base da Reforma Tributária. A expectativa é que a matéria seja votada, hoje, em plenário. Se aprovado, o texto volta para discussão na Câmara dos Deputados, que em julho deste ano vetou a benesse por um voto.

A extensão do prazo (que ia até 2025) foi uma árdua costura do governo, que conseguiu convencer, aos 45 minutos do segundo tempo, o senador Eduardo Braga (MDB- AM) a incorporar todas as formas de produção automotiva em seu relatório, incluindo os elétricos, os a álcool e a combustíveis fósseis. A proposta previa inicialmente incentivos apenas para veículos elétricos e híbridos.

De acordo com o senador Humberto Costa (PT), a restrição dificultava o plano de expansão da Stellantis, que se comprometeu a acelerar a transição da produção de seus veículos para híbridos e elétricos. No acordo de bastidor para ter acesso a mais tempo de ‘vantagem’ fiscal, a empresa teria assumido ainda compromissos de novos investimentos.

A Stellantis, que é proprietária de marcas como Citroën, Fiat, Jeep, Peugeot e Ram, instalou-se em Pernambuco em 2015. Ao todo, foram investidos R$ 18,5 milhões no parque industrial e criados mais de 60 mil empregos diretos e indiretos. A manutenção e ampliação da geração de empregos é uma das principais moedas de troca.

Durante debate na CCJ, o senador paraense Zequinha Marinho (Podemos) foi contrário à ampliação dos benefícios. “É uma concessão de R$ 5 bilhões em que apenas uma empresa será beneficiada. Fora isto, ela não tem cumprido com eficiência o desenvolvimento socioeconômico da região. Este incentivo é contabilizado como lucro”, afirmou o parlamentar. Ele apresentou um destaque para vetar a inserção da questão no texto da PEC, mas o requerimento foi rejeitado por 19 votos a sete.

“A emenda contraria todo o espírito que levou e motivou a construção desta reforma [tributária. O fato é  que conceder os incentivos acabam descriminando os outros estados que não têm benefício equivalente”, disse Sérgio Moro (União-PR).

O senador mineiro Carlos Viana (Podemos) rechaçou as criticas. Segundo ele, a extensão dos incentivos é para dar igualdade na concorrência entre os entes da federação. “E o benefício é por um período. Depois ele acaba, mas não se pode fazer de uma hora para outra”, falou Carlos Viana.

“Será que nenhuma dessas empresas do Sul e Sudeste recebeu incentivo fiscal? Parece-me que São Paulo e Paraná só têm uma indústria e por isso Pernambuco não pode ter uma também”, ironizou Otto Alencar (PSD-BA).

Deixe sua opinião

Advertisements
20 - Banner Threads