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Plano Real 30 anos: 40% dos brasileiros nasceram após o caos da hiperinflação

Plano Real 30 anos: 40% dos brasileiros nasceram após o caos da hiperinflação

Em | Da Redação

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Plano Real 30 anos: 40% dos brasileiros nasceram após o caos da hiperinflação

Uma imagem que ilustrou a sensação de milhões de brasileiros. O susto tinha um motivo: a inflação que chegou a 2.500% no acumulado anual nos anos 1980 e 1990 e fazia com que, a cada visita ao supermercado, os produtos estivessem mais caros. Eram os dias antes do Plano Real, que hoje (1º de julho de 2024) completa 30 anos.

Para as gerações que cresceram depois da implantação do plano, a era de caos econômico que o precedeu é apenas história. Cerca de 40% da população brasileira nasceu em 1994 ou depois disso, segundo o Censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e nunca sentiram na pele a hiperinflação.

O mundo não mudou do dia para a noite. Antes de terem as primeiras notas de reais nas mãos, os brasileiros encararam seis planos fracassados que tentaram estabilizar a economia. “O Plano Real teve uma originalidade e foi completamente diferente dos outros porque passou por três fases”, diz a economista e professora de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV) Carla Beni.

Primeiro, veio a fase fiscal, de ajuste de contas públicas e aumento de impostos. Depois, a Unidade Real de Valor (URV), que se tornou uma referência entre o cruzeiro e o dólar antes de a antiga moeda ser abandonada. E, enfim, o real.

“O real foi o maior plano de estabilização da história do Brasil e o grande mérito da política econômica do século XX, na minha opinião”, afirma o professor de economia do Ibmec Hélio Berni.

O novo plano só foi sustentado por ter surgido em um ambiente de relativa estabilidade política. “A população estava cética em relação a mais um plano, mas o governo Itamar Franco não estava envolvido em corrupção e o governo Fernando Henrique Cardoso tinha credibilidade. Se tivéssemos um país dividido como hoje, certamente o Plano Real não funcionaria. Havia políticos contrários a ele, mas não uma polarização como agora”, diz o professor de MBAs da FGV Carlos Alberto Di Agustini.

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