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Lula demite Jean Paul Prates do comando da Petrobras

Para conselheiros e executivos, nova dirigente representa vitória da linha intervencionista do governo sobre a estatal

Em | Da Redação

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Lula demite Jean Paul Prates do comando da Petrobras
Senador Jean Paul Prates (PT-RN) concede entrevista coletiva após o Plenário do Senado aprovar, nesta quinta-feira (10), o projeto de lei que cria regras para estabilização dos preços de combustíveis (PL 14722021).

Em um movimento surpreendente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu Jean Paul Prates do cargo de presidente da Petrobras. Prates, que telefonou para vários aliados comunicando sua demissão, revelou que Magda Chambriard será sua substituta. Chambriard ocupou uma diretoria na Agência Nacional do Petróleo (ANP) durante o governo de Dilma Rousseff (PT).

A decisão foi confirmada por uma assessora que atendeu o celular de Prates. A insatisfação de Lula com o trabalho de Prates já vinha há meses. O primeiro atrito entre os dois ocorreu em uma discussão sobre a distribuição de lucros da empresa.

Em abril, foi revelado que Prates tentou marcar uma audiência com Lula para esclarecer sua situação no cargo, porém não foi recebido. Essa situação deixou o presidente descontente, mas ele optou por adiar uma decisão.

INCÔMODO
Lula vinha expressando incômodo com Prates desde pelo menos março, quando mencionou em conversas a possibilidade de substituí-lo por Aloizio Mercadante.

A tensão aumentou quando Prates twittou que a orientação para reter os dividendos extraordinários da Petrobras veio do governo Lula, intensificando a polêmica.

POLÊMICAS
Além disso, Prates entrou em conflito com o presidente do TCU, Bruno Dantas, ao questionar publicamente o pedido de suspensão de um contrato da Petrobras com a empresa de fertilizantes Proquigel Química. O presidente da estatal acusou os técnicos do TCU de vazarem informações para desgastar sua gestão e diretoria.

Esses episódios contribuíram para a decisão de Lula em substituir Prates. Aloizio Mercadante foi sondado para o cargo, mas sua possível nomeação gerou preocupações no mercado devido ao histórico do petista, visto como potencialmente intervencionista. A movimentação também levantou a necessidade de buscar um substituto para o BNDES, com Nelson Barbosa sendo cotado para o cargo.

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