
A executiva nacional do PSDB anunciou, ontem à noite, uma intervenção no Diretório Regional de Pernambuco e, em nota oficial, indicou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Álvaro Porto, para comandar a comissão interventora da legenda no estado. A reação chegou duas horas depois também em nota.
A presidência estadual considerou a medida uma “violência política” e comunicou a saída da vice-governadora Priscila Krause; do antigo presidente estadual da sigla Fred Loyo, e de todos os 32 prefeitos eleitos em 2024.
No aviso, a nacional do PSDB alegou ter constatado “ingerência externa e desvio da política nacional do partido, como aspectos que violaram a integridade partidária”. Não citou o nome da governadora Raquel Lyra, mas um dia antes de migrar para o PSD, a vice-governadora Priscila Krause se filiou ao ninho tucano. Um dia depois de chegar ao partido de Gilberto Kassab, a chefe do Executivo reuniu 31 dos 32 prefeitos eleitos no ano passado, e manteve o empresário Fred Loyo, indicação sua, no comando da legenda estadual.
Álvaro Porto vai presidir a comissão interventora e terá 180 dias para organizar e dirigir o partido em Pernambuco. O prazo pode ser prorrogado. A nacional também determinou a alteração da composição do Diretório estadual junto à Justiça Eleitoral, e designou o secretário-geral da executiva nacional, deputado Paulo Abi Ackel, como relator. Ele ficará responsável por acompanhar o processo de forma permanente.
Reação
A presidência do partido em Pernambuco, escolhida por unanimidade e que tinha mandato assegurado até novembro deste ano, considerou a decisão da nacional injustificável. “Representa um episódio de violência política e desrespeito na contramão de tudo o que sempre defendeu o PSDB: o respeito às regras, a decisões colegiadas e, acima de tudo, ao diálogo”, enfatizou a nota assinada por lideranças dissidentes.