Em visita oficial ao Brasil, o presidente da China, Xi Jinping, disse, nesta quarta-feira (20), que o Brasil e o país asiático alcançaram “novos consensos estratégicos” sobre o futuro da relação entre as nações, com o estabelecimento de “sinergias” entre a iniciativa chinesa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil – entre elas o novo PAC, o Plano de Transformação Ecológica, a Nova Indústria Brasil e o Programa Rotas da Integração Sul-Americana.
Em declaração à imprensa do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência brasileira onde Xi Jinping foi recebido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o líder chinês destacou que o aprofundamento da cooperação entre os países vai envolver áreas como economia, comércio, finanças, ciência e tecnologia, infraestrutura e proteção comercial. Além disso, disse o presidente da China, haverá reforço da cooperação em temas emergentes como transição energética, economia digital, Inteligência Artificial e mineração verde.
Foram 37 acordos bilaterais assinados entre Brasil e China. O governo brasileiro não optou por uma adesão formal à iniciativa Cinturão e Rota – chamada de ‘Nova Rota da Seda’ -, mas a declaração dos dois líderes fala em “sinergia” entre o projeto do gigante asiático e programas brasileiros de desenvolvimento. Além disso, os governos decidiram renomear a Parceria Estratégica Global entre os dois países ao patamar de “Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta Sustentável”.
Na declaração dada ao lado de Lula, Xi Jinping disse que a relação entre os dois países está em seu “melhor momento da história”, com projeção global e de longo prazo “cada vez mais destacada”. “Chegamos a novos consensos estratégicos sobre o futuro desenvolvimento das relações China e Brasil, dentre outras, as mais importantes são: inovação das relações bilaterais da Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta Sustentável”, destacou Xi.
A presidência chinês também deu espaço em sua declaração aos países do Sul Global. Para ele, a união entre o Brasil e a China reforça esse bloco e da nova contribuição na pauta para que os países em desenvolvimento tenham mais voz na governança global. “Concordamos em aprofundar constantemente a confiança estratégica mútua e continuar com apoios mútuos firmes nas questões vitais como soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”, disse o líder chinês, para quem China e Brasil devem assumir “proativamente” a responsabilidade história de salvaguardar interesses comuns de países do sul global e promover uma ordem internacional mais justa e equitativa.
“Com a vantagem de não deixar nenhuma hora desperdiçada, vamos trabalhar para que a cooperação seja mais profunda e concreta e contribua para aceleração da modernização da China e do Brasil”, concluiu.