Brasil

Reajuste da tabela do SUS pode garantir recursos para piso da enfermagem

(crédito: Victor Correia / CB /DA.Press)

A semana começa com expectativa de que seja mantida a suspensão da lei que criou o piso salarial dos profissionais da enfermagem. Os ministros demandaram pela indicação de uma fonte de recursos para cobrir as despesas com os novos salários, o que mobilizou autoridades ao longo da última semana, quando também se identificou, de maneira quase consensual, que tais recursos deveriam vir do Sistema Único de Saúde (SUS).

O piso nacional da enfermagem foi sancionado no início de agosto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e suspenso, no último dia 4, por decisão cautelar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. O magistrado é relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7.222 movida pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) para questionar a lei sancionada. Barroso votou por manter a suspensão. Os demais 10 ministros do Supremo votarão a matéria em plenário virtual, com prazo final previsto para a próxima sexta-feira.

A decisão do ministro Barroso determinou que, no prazo de 60 dias de suspensão da lei, os entes privados e públicos interessados na matéria prestem esclarecimentos sobre os impactos orçamentários do piso, bem como a necessidade de adoção de medidas que resolvam o problema, uma vez que entidades do setor de saúde alegam que o aumento de despesa pode acarretar redução de quadro de pessoal e eliminação de leitos hospitalares.

Financiamento

Enquanto o julgamento segue no Supremo, autoridades debatem soluções viáveis para financiar o piso salarial. A solução baseada no reajuste de valores da tabela de procedimentos do SUS para tanto ganhou força após a reunião entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro Barroso.

“Acho que é o caminho mais viável, e espero muito a colaboração do Poder Executivo, a compreensão do dilema que estamos enfrentando. Passa a ser uma prioridade nacional e do Congresso fazer valer a lei do piso nacional da enfermagem”, explicou o presidente do Senado. “O dilema é como conciliar a lei com a questão fiscal dos municípios. Hospitais privados podem realizar isso de forma mais rápida com a desoneração da folha”, destacou.

Após o encontro, Pacheco afirmou ter reuniões com integrantes do governo para debater o assunto, como o ministro da Economia, Paulo Guedes. O tema preocupava integrantes da equipe econômica desde a tramitação da proposta, pois avaliavam que o reajuste cairia na conta do SUS.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apontou a Barroso três possibilidades: a correção da tabela do SUS; a desoneração da folha de pagamentos dos estabelecimentos de saúde; e a compensação da dívida dos estados com a União. Entretanto, Pacheco vê maior viabilidade em garantir o recurso via SUS.

Barroso defende a análise do tema, mas aponta dificuldades. “As questões constitucionais postas nesta ação são sensíveis. De um lado, encontra-se o legítimo objetivo do legislador de valorizar os profissionais de saúde, que, durante um longo período de pandemia, foram exigidos até o limite de suas forças. De outro lado, estão os riscos à autonomia e higidez financeira dos entes federativos, os impactos sobre a empregabilidade no setor e, por conseguinte, sobre a própria prestação dos serviços de saúde”, diz Barroso.

“A pactuação de um entendimento para viabilizar o pagamento do piso nacional da enfermagem se torna cada vez mais concreto. O caminho será a desoneração da folha de pagamentos do setor, a correção da tabela de procedimentos do SUS, a destinação de royalties do petróleo e a compensação da dívida os estados com a União. Assim, a viabilidade econômica já existe”, afirmou o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal, Elissandro Noronha.

De acordo com a lei nacional aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, enfermeiros teriam como base salarial o valor de R$ 4.750. Como referência para técnicos de enfermagem seria 70% desse valor, e 50% para auxiliares de enfermagem e parteiras.

Marcelo Passos

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur.

Postagens recentes

PF mira fraudes em contratos de mais de R$ 22 milhões em Barreiros, Bezerros,Escada e outras cidades

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 11, a Operação Cátedra para aprofundar uma investigação sobre…

24 minutos ago

PF nas ruas: Operação desmonta crimes licitatórios e lavagem de dinheiro em Barreiros, Bezerros, Escada e mais 5 cidades de PE

A Polícia Federal, juntamente com a Controladoria Geral da União, dá cumprimento, nesta quinta-feira (11/12),…

2 horas ago

Câmara aprova livra Carla Zambelli de cassação, e aprova suspensão por seis meses do mandato de Glauber Braga

O plenário da Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (10) rejeitar a cassação do mandato parlamentar de Carla Zambelli (PL-SP). Foram…

3 horas ago

Até R$ 2.765,93: Veja o calendário de pagamento do PIS/Pasep 2026 proposto pelo governo e quem recebe

Trabalhadores com direito ao abono do PIS/Pasep devem começar a receber os valores a partir…

1 dia ago

Viagra eletrônico dispositivo criado por brasileiro recupera a ereção em 90% dos pacientes em estudo

A pesquisa com pacientes que usaram o “viagra eletrônico” — dispositivo criado por um brasileiro…

1 dia ago

Governo confirma novo mínimo de R$ 1.621 já no pagamento de fevereiro

O Ministério do Planejamento e Orçamento confirmou nesta quarta-feira (10) que o salário mínimo vai…

1 dia ago

This website uses cookies.