Na primeira entrevista após o resultado das eleições a candidata ao Governo de Pernambuco Marília Arraes (Solidariedade) não perdeu tempo e começou alfinetando a adversária do segundo turno, a candidata Raquel Lyra (PSDB), de luto pela morte do marido, Fernando Lucena.
“O que está em jogo em Pernambuco agora é um projeto aliado ao de Lula ou o de um bolsonarismo pintado com outras cores”, disse a candidata do Solidariedade, que fez toda a campanha aliando sua imagem à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), embora o petista, oficialmente, apoiasse a candidatura de Danilo Cabral (PSB).
A candidata chegou ao Mar Hotel, em Boa Viagem, na noite deste domingo (2), acompanhada pelos integrantes da Coligação Pernambuco na Veia Sebastião Oliveira (Avante), candidato a vice; André de Paula (PSD), candidato derrotado ao Senado, e pelo marido, André Cacau.
“Estou feliz com o resultado”, disse a candidata que, de acordo com os institutos de pesquisa, teria uma diferença bem maior para a segunda colocada. “Sempre disse que não considerava pesquisa. Mesmo estando à frente nunca avaliei pesquisas Sempre trabalhei com a hipótese de vencer as eleições, no primeiro ou no segundo turno.”, pontuou, lembrando que sua candidatura foi a última a ser colocada. Cheguei muito depois dos demais e mesmo assim ficamos em primeiro lugar. Não tinha nenhuma máquina de nenhuma prefeitura grande nem Estado me apoiando”
“Vamos partir para uma defesa ainda mais intransigente da democracia.Chegou a hora do diálogo com as demos forças do estado. Vamos aglutinar forças, deixando claro que derrotamos o nosso principal adversário, o PSB”
“Quero deixar algo mais evidente No segundo turno para a Prefeitura do Recife, em 2020, Anderson (Ferreira) me apoiou. Ele ainda não era candidato de Bolsonaro. Agora, durante a pré-campanha, ele andou ao lado de Raquel Lyra. E parece que não deu certo. Anderson escolheu o lado dele e é ao lado de Bolsonaro”, ressaltou.
Ainda neste domingo, o postulante do União Brasil ao Governo, Miguel Coelho, anunciou que vai apoiar Raquel. Diante deste cenário e questionada sobre de onde tiraria os votos para garantir sua eleição no segundo turno, a neta de Miguel Arraes se irritou: “E voto é leite? pra se tirar de algum lugar? Eu não tiro voto de canto nenhum. Eu conquisto voto. Conquisto a consciência das pessoas”, declarou. A candidata reforçou que sua principal aliança é com o povo. “Vou conversar não somente com candidatos. Primeiro, unir as pessoas. Depois, os partidos”