O promotor de Justiça Tales Fonseca Tranin, investigado por suspeita de envolvimento com uma facção criminosa, negou as acusações na última sexta-feira (13), durante uma coletiva de imprensa realizada em Rio Branco. Apesar de ter rejeitado qualquer ligação com a facção investigada, Tranin acabou por admitir ter mantido encontros de natureza sexual com presos monitorados. A manifestação, conduzida por seus advogados, ocorreu no escritório da defesa no fim da tarde. As suspeita é que o integrante do MP tenha se relacionado com, ao menos, 20 presos monitorados.
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, em 20 de agosto deste ano, afastar o promotor de Justiça Tales Fonseca Tranin de suas funções, enquanto prosseguem as investigações sobre seu suposto envolvimento com uma facção criminosa. O autor do pedido de afastamento não foi divulgado, mas a decisão foi deferida por Angelo Fabiano Farias da Costa, corregedor nacional, e apoiada por votação unânime dos demais corregedores.
A suspeita sobre Tranin, que atua na 4ª Promotoria Criminal de Execução Penal e Fiscalização de Presídios, surgiu logo após sua participação como principal negociador durante uma rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, ocorrida em julho do ano passado. Naquela ocasião, os detentos exigiram a presença do promotor como condição para encerrar o motim. Após mais de 24 horas de negociações, a rebelião chegou ao fim, resultando em cinco mortes, incluindo três detentos que foram decapitados.
O promotor já admitiu publicamente ter mantido relações sexuais com presos monitorados, mas nega qualquer envolvimento com organizações criminosas. Agora afastado de suas funções, ele aguarda o desfecho das investigações que correm sob a supervisão do Tribunal de Justiça do Acre.