O presidente Jair Bolsonaro (PL) teve uma pequena trajetória militar antes de ocupar o cargo de deputado federal por quase três décadas e, posteriormente, chegar ao cargo mais alto do Poder Executivo. Nos anos 80, ele chegou a ser preso e expulso brevemente do Exército, sendo absolvido e reincorporado em seguida.
Bolsonaro ganhou projeção política com a defesa da causa militar. A prisão aconteceu no dia 2 de setembro de 1986. Na época, ele escreveu um artigo de opinião publicado pela revista “Veja” com o título “O salário está baixo”, reclamando da falta de reajuste salarial.
“Corro risco de ver minha carreira de devoto militar seriamente ameaçada, mas a imposição da crise e da falta de perspectiva que enfrentamos é maior”, escreveu, em um trecho da publicação.
Ele ficou preso por 15 dias por “ter ferido a ética, gerando clima de inquietação na organização militar”.
Um ano depois, ele apareceu na revista mais uma vez, sendo apontado como um dos autores de um plano para explodir bombas em quartéis e outras unidades militares no Rio de Janeiro.
“Bolsonaro negou a autoria de qualquer plano de bombas e citou que dois exames grafotécnicos resultaram inconclusos. Perícia da Polícia Federal, porém, foi inequívoca ao concluir que as anotações eram dele”, diz trecho da reportagem do jornal Folha de São Paulo.
O caso foi investigado e o capitão julgado por uma comissão do Exército que decidiu, por unanimidade, pela expulsão dele do Exército. Contudo, em 1988, o Superior Tribunal Militar (STM) reconsiderou a decisão for falta de provas.
Naquele ano, ele passou para a reserva e foi eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão (PDC). Desde então, ele não largou mais a política – e, inclusive, já foi apoiador do ex-presidente Lula (PT) em determinado momento da carreira.