A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apresentou, nessa quinta-feira, projeto para implementar o uso de câmeras nos uniformes dos policiais.
O Projeto Estratégico Bodycams prevê que, a partir de abril de 2024, cerca de 6 mil agentes utilizem os equipamentos, aproximadamente metade da força policial. Os testes práticos começam em novembro, em projeto coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Estudos apontam que o uso da tecnologia diminui em mais de 50% a letalidade policial, além de reduzir pela metade as reclamações sobre a conduta de policiais.
O secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira, afirma que as câmeras são instrumentos importantes para evitar casos como o de Genivaldo de Jesus, morto há um ano, durante abordagem de policiais rodoviários, em Sergipe. Genivaldo foi trancado em uma viatura, utilizada como uma espécie de câmara de gás, e acabou morrendo.
“Eu acredito que poderia ter evitado situações com a do Genivaldo, sem dúvida alguma. Por isso, essa é uma política muito simbólica. Para a gente, é um episódio extremamente lamentável. A dor daquela família é algo indescritível. Nosso desejo é que isso nunca mais se repita no âmbito da Polícia Rodoviária Federal ou de qualquer outra polícia”, afirma Pereira.
Em janeiro deste ano, o Ministério Público Federal recomendou que a PRF fizesse uso das câmeras. A ideia surgiu exatamente após o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos.
Caso Genivaldo
Em abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a prisão dos dois policiais rodoviários federais acusados pela morte de Genivaldo, por asfixiamento, em uma viatura da corporação, em maio de 2022.