A Polícia Federal acionou o FBI, a política federal americana, e começou a compartilhar os achados na investigação sobre a venda de joias por ex-assessores de Jair Bolsonaro (PL). A apuração identificou a tentativa de venda de diversos itens recebidos pelo ex-presidente durante o seu mandato. Os bens foram vendidos nos Estados Unidos.
A PF também descobriu que aliados de Bolsonaro colocaram em marcha uma operação para recomprar um relógio que havia sido vendido diante de decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão determinou que as joias fossem devolvidas ao patrimônio público.
Segundo fontes da corporação, a ideia é que o FBI possa ajudar na apuração, identificando pessoas que foram acionadas pelo entorno de Bolsonaro e eventual movimentação de valores em solo americano.
A investigação da PF aponta que há indícios de que Bolsonaro e seus aliados atuavam para desviar presentes recebidos por ele ou por autoridades brasileiras em seu nome, de maneira a vendê-los e repassar os valores obtidos ao ex-presidente.
A operação foi batizada como “Lucas 12:2″, em referência a versículo da Bíblia, cujo trecho diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
Quebra de sigilo
Nesta sexta-feira (11), a PF pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informaram à CNN autoridades ligadas à investigação.
A avaliação é de que já há situações — ainda não reveladas — que envolvem mais fortemente o ex-presidente no caso das joias. Fontes informaram à CNN também não haver pressa em ouvir os investigados e que já haveria muita prova contra eles.
Outro lado
A defesa de Jair Bolsonaro se pronunciou na noite desta sexta-feira (11) sobre a operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão contra diversos assessores do ex-presidente.
Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmaram que “Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito.”
Além disso, o texto afirma que ‘Bolsonaro jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária’.