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Polícia Federal apreende bens de governador em operação contra corrupção

Em | Da Redação

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Polícia Federal apreende bens de governador em operação contra corrupção
Fraudes envolviam inserção de dados falsos no sistema da União para que faculdades recebessem dinheiro do FNDE de forma irregular. Lista de instituições não foi divulgada.

Policiais federais começaram a cumprir nesta quinta-feira (9) 89 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal em uma operação contra corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre.

A ação é uma nova fase da operação Ptolomeu, iniciada em 2021 e que investiga, entre outros, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP).

A TV Globo apurou que Cameli não é alvo direto das buscas, mas deve ter bens bloqueados e ser obrigado pela Justiça a entregar o passaporte nas próximas 24 horas.

O g1 entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do governo do Acre, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Em dezembro de 2021, Cameli já tinha sido alvo da primeira fase da operação. O político se elegeu governador do Acre em 2018 e foi reeleito para um segundo mandato no ano passado.

A operação, intitulada “Ptolomeu III”, foi deflagrada a partir de investigações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União. Os nomes dos alvos não foram divulgados.

A ação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também determinou o bloqueio de R$ 120 milhões em bens dos investigados. Segundo a PF, o cumprimento dos mandados envolve mais de 300 policiais federais nesta quinta.

Na primeira fase da operação, a PF já tinha apreendido mais de R$ 3 milhões em veículos, relógios, joias, celulares e dinheiro vivo (euro, dólar e real). O apartamento de Cameli também foi alvo de buscas, naquele momento.

Também em 2021, Gladson Cameli afirmou que tinha a consciência “tranquila” e que a polícia estava cumprindo seu papel de apurar denúncias.

“Quem não deve, não teme. Não devo, não temo e quero que fique até o final, se tiver coisa errada vai para a rua [o servidor] e tem que prestar contas à sociedade, porque é dinheiro público”, disse à época.

Ressarcimento aos cofres públicos

As primeiras duas fases da operação Ptolomeu foram deflagradas em 2021, quando a PF e o Ministério Público identificaram a atuação de uma suposta organização criminosa para desviar recursos públicos do governo do Acre e ocultar a origem do dinheiro.

Nesta nova fase, segundo o material divulgado, o objetivo é bloquear bens para, no futuro, ressarcir os cofres públicos.

Além do bloqueio dos itens de luxo, a decisão do STJ que autorizou os mandados suspende as atividades econômicas de 15 empresas investigadas.

O Superior Tribunal de Justiça não definiu prisões dos suspeitos, mas determinou:

  • a suspensão do exercício das funções públicas;
  • a proibição do acesso a órgãos públicos;
  • o impedimento de contato entre os investigados;
  • e a proibição de que os alvos deixam o país, o que inclui a entrega do passaporte à PF nas próximas 24 horas.

A PF e a PGR não divulgaram quem são os alvos de cada uma dessas medidas. A operação tramita em sigilo no STJ.

*As informações são do G1.

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