O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso por suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (do PSOL) e do motorista Anderson Gomes, movimentou valores milionários em sua conta pessoal e por meio de uma empresa.
Segundo reportagem do Uol, como bombeiro, ele ganhava R$ 10 mil mensais, no entanto, entre 12 de março de 2019 e 13 de outubro de 2021, a conta bancária de Maxwell recebeu R$ 569 mil e fez pagamentos de R$ 567 mil. Os dados constam em relatório da Polícia Federal (PF) com base em informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Advogada de Maxwell, Fabíola Garcia afirmou ao site que “a defesa ainda não conseguiu ler toda a delação, e somente após a leitura integral e análise irá se manifestar”.
A movimentação total na conta bancária pessoal do bombeiro foi de R$ 1,1 milhão no período. Segundo a PF, os valores representam o dobro dos seus rendimentos e são incompatíveis com sua atividade de servidor público.
A reportagem detalha também que uma empresa vinculada a Maxwell teve créditos e débitos no valor de R$ 5,3 milhões, em operações suspeitas de lavagem de dinheiro. A PF cita que os valores foram movimentados em período posterior ao crime.
Maxwell era próximo do ex-policial militar Ronnie Lessa, que atirou na vereadora. Em delação premiada, outro participante do crime, o ex-policial Élcio Queiroz disse que o ex-bombeiro foi responsável por custear as despesas de sua família depois que ele foi preso.
A investigação da PF aponta que Maxwell é miliciano e explorava a venda clandestina de TV a cabo no bairro Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio. Ele ainda teria assumido parte dos negócios de Ronnie Lessa por causa da prisão dele, em 2020, pelo homicídio da vereadora. Maxwell foi expulso da função de bombeiro em 2022 pelo governo do Rio.
O ex-bombeiro também usou contas em nome de pessoas jurídicas para movimentar recursos. A PF detectou que Maxwell abriu duas empresas do ramo de venda de automóveis em 2021, com a participação de uma possível laranja que trabalhava em uma loja de vestuário.
Uma das empresas movimentou R$ 5,3 milhões em apenas três meses. Sua conta bancária recebeu R$ 2,6 milhões e fez repasses de R$ 2,7 milhões. A PF acredita que a conta pode ter sido usada apenas como passagem para tentar legalizar recursos com origem ilícita