A acusação de forjar provas para incriminar um policial militar morto fez o delegado da Polícia Civil de Alagoas, Daniel Mayer, ser preso nesta quarta-feira (18). A vítima ‘assumiu’ a posição dos autores do crime. O Ministério Público do Estado (MP) fez a denúncia, a qual a Justiça acolheu.
O diretor de Polícia Judiciária da Região Metropolitana inseriu provas falsas no processo para proteger os criminosos que mataram Kleber Malaquias. A vítima, neste caso, é um ativista político morto em 2020, em Rio Largo, na Grande Maceió.
De acordo com os promotores de Rio Largo, Lídia Malta e Kleber Valadares, e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), eles indicam que houve uma “conspiração” conduzida pelo delegado.
“O que se identificou a partir da investigação é que essa pessoa nada teve a ver com o crime, pelo contrário: o que se buscou foi isentar os demais réus”, ressalta Kleber Valadares, conforme divulgado pelo portal Uol.
PM morto por esposa
O delegado imputou o crime ao policial militar morto pela esposa durante uma discussão, em março de 2022. Agora, o júri popular está agendado para 17 de fevereiro de 2025, em Maceió. A cidade foi modificada, já que o crime aconteceu em Rio Largo, para visar a imparcialidade.
Justiça mantém prisão preventiva de delegado e autoriza quebra de sigilo
A Justiça de Alagoas manteve a prisão preventiva do delegado Daniel Mayer, acusado de quebra de sigilo funcional, abuso de autoridade e fraude processual durante investigações da morte de Kleber Malaquias. A decisão foi tomada pela juíza Eliana Augusta Acioly Machado de Oliveira da 3ª Vara Criminal de Rio Largo nessa quarta-feira (18), mesmo dia da prisão.
A juíza baseou sua decisão no argumento de que há possibilidade de o acusado manipular dados dos processos criminais caso esteja livre, e negou uma possível soltura ou determinação mais leve.
Além da manutenção da prisão preventiva, a Justiça autorizou a quebra de sigilo do celular do investigado no período dos últimos cinco anos. À pedido da Justiça, instituições bancárias irão compartilhar as contas bancárias vinculadas ao número de telefone e também os dados de latitude e longitude do acesso ao internet banking.
Expedições de mandados de busca e apreensão também foram autorizadas e devem apreender qualquer objeto de interesse ao caso, como anotações, equipamentos eletrônicos e mídias. Os mandados serão cumpridos em três endereços diferentes.
O delegado foi preso um dia antes do julgamento do caso Kleber Malaquias. O júri popular foi adiado para fevereiro de 2025 a pedido do Ministério Público de Alagoas.