Uma pregação do pastor estadunidense David Eldridge movimentou as redes sociais nos últimos dias após o líder religioso dizer que todos os homossexuais têm “uma reserva no inferno”. A declaração foi feita no último domingo (19) enquanto Eldridge participava do Congresso Geral da União de Mocidades das Assembleias de Deus de Brasília (UMADEB).
– Todo homossexual tem uma reserva no inferno, toda lésbica tem uma reserva no inferno, toda transgênero tem uma reserva no inferno, todo bissexual tem uma reserva no inferno, toda drag queen e prostituta tem reserva no inferno – disse Eldridge.
Durante o evento, que aconteceu na capital federal, o pastor também fez um discurso forte contra a pornografia e os programas de televisão que possuem conteúdo sexual. Para Eldridge, aqueles que consomem esse tipo de material também estão “fazendo reservas no inferno”.
– Assim como existe o céu, existe o inferno, e talvez você não acredite no inferno, mas o inferno acredita em você – ressaltou.
Essa não foi a primeira vez que o pastor participou do congresso da UMADEB, que geralmente acontece todos os anos durante o período de carnaval. Na verdade, Eldridge tem sido quase que uma figura carimbada no evento, com participações em quatro das últimas cinco edições.
Pastor é denunciado ao afirmar que homossexuais têm “reserva no inferno” durante congresso da Assembleia de Deushttps://t.co/wcAcv3riAJ pic.twitter.com/q3CdGQ7czi
— PortalPE10 (@PortalPe10) February 22, 2023
O deputado distrital Fábio Felix (PSOL) afirmou, nesta terça-feira (21), que irá denunciar ao Ministério Público do DF (MPDFT) e à Polícia Civil as falas do pastor estadunidense David Eldridge, feitas durante um evento de uma igreja evangélica, no domingo (19), no Parque da Cidade.
No entanto, na manhã desta quarta-feira (22), o trecho questionado pelo parlamentar havia sido cortado da gravação, mas a reportagem teve acesso à gravação.
Criminalização
Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) excluiu a homossexualidade da classificação de doenças, ou problemas relacionados à saúde. Desde então, o 17 de maio foi escolhido como símbolo de luta pela diversidade sexual, contra a violência e preconceito.
Já em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu permitir a criminalização da homotransfobia. Os ministros consideraram que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.