A influenciadora e nutricionista Maria Helena Paiva Antunes, 29, disse que o acordo de delação premiada feita pelo namorado Antônio Vinícius Gritzbach, 38, em que ele entrega criminosos do PCC envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro e dá nomes de policiais civis que integrariam suposto esquema de corrupção, foi o estopim para sua morte.
Ele foi assassinado no último dia 8 com dez tiros quando saía do desembarque do terminal 2 do aeroporto.
Gritzbach voltava de viagem com a namorada de uma viagem a Alagoas. Conforme mostram imagens do ataque, ele havia acabado de deixar a área de desembarque do terminal 2 do aeroporto quando homens encapuzados saíram de um Volkswagen Gol preto e atiraram contra o empresário. Ela vinha logo atrás.
Os disparos foram feitos perto do portão, em meio à circulação de outros passageiros. Os atiradores entraram no carro e fugiram.
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, exibida neste domingo (24), Maria Helena afirmou que as delações feitas pelo namorado fizeram com que “esses inimigos ficassem com muita raiva e falassem que a ‘gente precisa eliminar as histórias'”.
Questionada se achava que o namorado sabia dos riscos que corria, ela disse que não. “Eu acredito que conforme o tempo foi passando e não foi acontecendo nada, ele foi desleixando.”
A mulher contou que chegou a questionar Gritzbach sobre seu envolvimento com o crime organizado. “Ele disse que em um momento da vida foi ambicioso e cometeu esses erros.” Ela afirmou que o namorado nunca citou nomes de pessoas com quem estaria envolvido.
A nutricionista relembrou também sobre a semana que os dois passaram em São Miguel dos Milagres, em Alagoas, e admitiu que o namorado se expôs. Contou que delator do PCC admitiu que havia uma pessoa muito parecida com um de seus inimigos em um restaurante, mas depois descartou porque o desafeto fumava e o homem no local, não.
Ela se mostrou em dúvida ao ser questionada se o namorado havia usado a viagem para a escolha da casa que iriam alugar para passar o Réveillon como desculpa para buscar joias em Maceió —o empresário ameaçado pelo PCC recebeu R$ 1 milhão em joias durante a viagem antes de ser morto.
“Eu não pude fazer nada para ajudar ele. Ele morreu na minha frente. Não tenho nem palavras para descrever esse trauma que eu vou levar para o resto da vida.”
Maria Helena estava logo atrás do namorado mexendo no celular quando o delator foi atingido. Disse que estava distraída, falando com uma amiga e iria acertar e entrega de comida por aplicativo. “Eu não sabia o que fazer, eu fiquei igual uma barata tonta, acho que dá para ver nos vídeos.”
A mulher disse que tem recebido mensagens com ameaças. “Tem gente falando que eu deveria ter morrido junto, ou que eu vou morrer, que talvez a minha reação diante do fato tenha sido fria.”