Pernambuco

MPPE dá prazo de 48h para que Sport, Santa Cruz e Náutico se dissociem publicamente de torcidas organizadas

Em | Da Redação

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MPPE dá prazo de 48h para que Sport, Santa Cruz e Náutico se dissociem publicamente de torcidas organizadas
LOCAL: Salão dos Órgãos ColegiadosAUTOR DA FOTO: Priscilla Buhr/AMCS

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deu prazo de 48 horas para que os presidentes do Náutico, Sport e Santa Cruz cortem qualquer relação com as principais torcidas uniformizadas e oficializem a medida por meio de uma publicação oficial.

A decisão foi tomada durante reunião realizada na tarde desta segunda-feira (3), com a presença dos gestores dos times e da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), além dos titulares da Secretaria de Defesa Social e da Polícia Militar.As informações são do JC Online.

“O Ministério Público irá atuar independente de agradar ou desagradar alguém. O que o MPPE pede é muito pouco. Primeiro que os clubes se dissociem dessas torcidas organizadas, pois não tem nenhum cabimento você ter uma torcida organizada que tem CEP, CNPJ e sede. Isso é a falência do Estado. E o Estado não ficará nas mãos desses vândalos, que na verdade são bandidos. Os clubes se comprometeram a fazer isso, dentro das limitações deles”, informou o subprocurador-geral de Justiça em Assuntos Institucionais do Ministério Público de Pernambuco, Renato da Silva Filho.

O coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor) do MPPE e do Centro de Apoio Operacional à Atuação Criminal (CAO Criminal), Antônio Aroxelas, alertou que as torcidas organizadas dos três grandes clubes já foram extintas por decisão judicial, mas mudaram apenas o nome e o CNPJ. “São as mesmas pessoas, os mesmos cânticos de guerra, mesmo modos de agir, mesmas revanches, etc. Os clubes não podem aceitar essas pessoas em suas casas, suas festas, comemorações e dirigentes não devem tirar fotos com elas”, comentou. Segundo ele, os clubes têm a obrigação de banir as organizadas de seus estádios e entregar ao MPPE um relatório das providências que foi acordado em 2024, firmado justamente para combater os enfrentamentos em dias de jogos.

LOCAL: Salão dos Órgãos Colegiados AUTOR DA FOTO: Priscilla Buhr/AMCS

Já Roberto Brayner, coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), pontuou que o Gaeco entrou na investigação sobre as torcidas organizadas. “Vamos auxiliar a resolver um problema que depende da vontade de todos e buscar um modo de fazê-lo não mais acontecer, para proteger os cidadãos que ficam presos em suas casas nos dias de jogos, com medo da violência que pode ocorrer”, afirmou ele.

Os presidentes dos clubes Yuri Romão (Sport), Bruno Rodrigues (Santa Cruz) e Bruno Becker (Náutico) se comprometeram a ampliar o combate à violência, providenciando reconhecimento facial e ingressos pessoais e intransferíveis para controlar o acesso dos torcedores nos estádios, mas que atualmente cumprem o que é determinado pela Polícia Militar. Já o presidente da FPF, Evandro Barros de Carvalho, propôs torcida única para as partidas entre os três grandes clubes, assim como bloquear o espaço físico onde as organizadas ocupam.

O secretário estadual de Defesa Social, Alessandro Liberato de Mattos, defendeu que o governo tem como prioridade proteger a população geral da violência dos confrontos entre organizadas. O coronel Ivanildo Torres, comandante da Polícia Militar, destacou que as torcidas organizadas precisam perder apoio dos clubes, seja financeiro ou de espaço físico, assim como sofrer processos criminais pela atuação violenta de seus integrantes.

LOCAL: Salão dos Órgãos Colegiados
AUTOR DA FOTO: Priscilla Buhr/AMCS

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