Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, que comeu cajus envenenados em Parnaíba,no Piauí,morreu na tarde de domingo (10) após dois meses internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Ele estava no hospital desde 25 de agosto, para onde o irmão João Miguel da Silva, de 7 anos, também foi transferido. O caçula morreu em 28 de agosto.
A suspeita do crime, Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, era vizinha das crianças e foi indiciada pelos crimes de homicídio qualificado tentado e consumado contra os irmãos. Ela é investigada por entregar a eles um saco de cajus envenenados com terbufós, uma substância tóxica semelhante ao “chumbinho”.
O Ministério Público do Piauí (MPPI) denunciou Lucélia pelos mesmos crimes apontados pela polícia. A suspeita foi presa em flagrante, negou as acusações e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça dias depois. Ela continua detida na Penitenciária Mista de Parnaíba.
Uma perícia feita pelo laboratório de toxicologia forense do Instituto Médico Legal (IML) foi concluída na terça-feira (15) e comprovou que os cajus comidos por Ulisses e João Miguel estavam envenenados com terbufós.
Segundo o diretor do IML, o médico Antônio Nunes, os cajus continham terbufós, uma substância tóxica, da classe dos organofosforados, utilizado como inseticida e nematicida (pragas de plantas). A substância é semelhante ao “chumbinho”, porém mais nocivo.
Segundo a Polícia Civil, os dois meninos receberam um saco de cajus que teria sido oferecido pela vizinha, suspeita de envenenar as crianças. Os dois irmãos foram socorridos, no dia 23 de agosto, em estado grave com sintomas de envenenamento na cidade de Parnaíba.