Mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do esquema que venda de joias dadas ao governo brasileiro e vendidas para incorporação ao patrimônio pessoal. A informação foi confirmada por agentes da PF ao programa “Fantástico”, da “TV Globo”.
Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, está preso desde maio por fraude em cartões de vacinação e é visto como peça central nesta nova investigação. De acordo com a PF, havia uma organização que atuava diretamente na venda de joias de alto valor, que deveriam ser incorporadas ao patrimônio da União, a empresas de leilão nos Estados Unidos.
Participavam do esquema, também, o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o tenente do Exército Osmar Crivelatti, também assessor do ex-presidente. Ainda, o advogado Frederick Wassef, que teria atuado na recompra das joias de alto valor para serem devolvidas ao patrimônio público após decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).
Na última quinta-feira (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, de Mauro Cid e de seu pai. Em entrevista ao “Estado de S. Paulo” na sexta-feira (18), Bolsonaro foi questionado sobre o esquema ilegal das joias e respondeu que Mauro Cid “tinha autonomia”.