Nesta última quarta-feira (15/2), o apresentador da Rede TV! Sikêra Jr. foi internado na UTI de um hospital em Manaus com uma otite severa, causada por uma infecção bacteriana em seu ouvido. Para entender os riscos e causas desta condição, a coluna conversou com o médico especialista Fernão Bevilacqua do Hospital Albert Sabin, em São Paulo.
Segundo o médico, as otites, inflamações e infecções que ocorrem nos ouvidos, podem ter diversas causas, como bactérias, por exemplo, que causaram a internação do apresentador: “Elas podem ser causadas por processos inflamatórios, infecciosos e até pulmonares. Dependendo de qual vírus, de qual bactéria ou de qual fungo, você pode ter [a infecção] com mais ou menos severidade”.
No caso de Sikêra Jr., o médico explica que o cenário mais provável é que o apresentador estava no começo de um processo infeccioso e a viagem de avião, onde as dores teriam iniciado, podem ter influenciado no desenvolvimento da infecção.
“No caso de um paciente que esteja no começo de um processo infeccioso e pegue um avião, ele vai ter um conteúdo dentro da orelha média e o que regula a pressão dentro dos ouvidos é uma coisa chamada tuba auditiva que vai desde a orelha média e vai até o fundo do nariz. Quando a gente segura, aperta o nariz e joga ar dentro, causamos pressão nos ouvidos. Quando o paciente está dentro do avião e há uma descompressão na cabine, pode causar dores ao paciente”, explicou.
Bevilacqua explica que na maioria dos casos as otites são tratadas com antibióticos e corticoides. Em caso de agravamento, elas podem gerar dores e infecções crônicas, além de lesões no tímpano. O médico também aponta que um dos riscos, em casos raros, é a infecção ser transportada para membranas em volta do cérebro, causando uma meningite infecciosa. Outros riscos raros também incluem paralisia facial periférica em infecções duradouras e perda de parte da audição.
Por fim, o especialista ressalta que a sedação, feita no caso de Sikêra Jr, não costuma ser usual em tratamentos de otite e que, neste caso, pode ter sido uma escolha familiar: “A sedação não é usada no tratamento, a não ser pacientes que podem evoluir para quadros mais graves, como a meningite.”
Com informaçoes Metropóles