O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta sexta-feira (11) isenção no imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês. A medida é uma promessa de campanha do petista, que pretende implementá-la até o fim do mandato, em 2026. A equipe econômica do governo discute alternativas de compensação — uma delas é a tributação dos super-ricos. Atualmente, a isenção do imposto de renda vale para os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos (R$ 2.824). O teto anterior era R$ 2.640.
“Quem tem que pagar imposto de renda são os ricos deste país, que ganham muito e pagam pouco. E o povo ganha pouco e paga muito”, declarou Lula em evento de campanha do candidato petista à Prefeitura de Fortaleza (CE), Evandro Leitão (PT). O presidente está na capital cearense desde essa quinta (10).
Mais cedo nesta sexta (11), em entrevista a uma rádio de Fortaleza, Lula também comentou o assunto, o qual classificou de “justiça”. “Não é um compromisso de campanha. É um compromisso de justiça. Você não pode fazer com que as pessoas que ganhem R$ 5 mil paguem imposto de renda, enquanto os caras que têm ações da Petrobras recebem R$ 45 bilhões de dividendos sem pagar. Você não pode cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil e deixar os caras que recebem herança não pagar. O que queremos é isentar as pessoas que ganham até R$ 5 mil e no futuro isentar mais”, afirmou, ao opinar que “salário não é renda”.
“O povo trabalhador, proporcionalmente, paga mais imposto do que o rico. Renda é o cara que vive de especulação. Esse, sim, deveria pagar Imposto de Renda. Mas o povo trabalhador, o cara se mata de trabalhar, chega no fim do ano e pega a participação no lucro dele, um pouquinho, e vai lá: 27% de Imposto de Renda. E são a maioria. São eles que sustentam esse país, porque o rico paga, proporcionalmente, menos imposto. Esse debate não tem que ser feito escondido. Tem que ser público. As pessoas têm que saber quem paga o quê e quanto se paga. É isso que falta nesse país”, completou Lula.