O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (23), que se o Congresso Nacional aprovar a retomada de um imposto federal sobre importações de até US$ 50, a tendência do governo federal será a de vetar a volta do tributo. O petista disse ainda que o tema está em negociação.
“Eu só me pronuncio nos autos do processo (risos). A tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar”, afirmou Lula a jornalistas no Palácio do Planalto. A Câmara iria analisar na quarta-feira (22) a proposta que prevê o fim da isenção para remessas internacionais de até US$ 50. A votação foi adiada após pedido do governo.
Após a decisão da Casa, a matéria vai para sanção do presidente. Questionado sobre qual seria o seu veredito e se aceitaria a redução da taxa, o petista disse que há várias visões sobre o tema, mas que não pode impedir que “pessoas pobres, meninas e moças” comprem “bugigangas”.
“Cada um tem uma visão a respeito do assunto. Veja, quem é que compra essas coisas? São mulheres na maioria, jovens, e tem muita bugiganga. Eu nem sei se essas bugigangas competem com as coisas brasileiras, nem sei. (…) E como é que você vai proibir as pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo…”.
O presidente salientou que essas pessoas se diferem daquelas que podem viajar com frequência para o exterior: “Nós temos dois tipos de gente que não paga imposto. Você tem as pessoas que viajam, que têm isenção de US$ 200 no free shop, que têm mais isenção de US$ 1.000, e que são de classe média – tem 24 milhões de pessoas que podem viajar mais uma vez por mês para o exterior”.
Lula disse ainda que está disposto a conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre o tema. “Eu quando discuti falei com (Geraldo) Alckmin: sua mulher compra, minha mulher compra, minha filha compra, sua filha compra, todo mundo compra. A filha do (Arthur) Lira compra, todo mundo compra. Então, o que nós precisamos é tentar ver um jeito de não tentar ajudar um prejudicando o outro, mas tentar fazer uma coisa uniforme. E nós estamos dispostos a conversar e encontrar uma saída”, completou.
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