O empresário Geraldo Rufino, conhecido como “catador de sonhos”, foi afastado pela Justiça paulista do comando da JR Diesel, maior rede de desmanche legal da América Latina. A juíza responsável pela recuperação judicial da companhia nomeou um gestor de sua confiança para a empresa e determinou que sejam apurados indícios de fraudes em suas contas.
O interventor entregou um relatório preliminar no qual aponta suspeitas de crimes falimentares. No documento, obtido pelo Metrópoles, ele afirma ter encontrado pagamentos da empresa a parentes e a empresas ligadas à família de Geraldo Rufino aparentemente sem vínculo com a JR Diesel.
Na decisão em que afastou Geraldo Rufino, no fim do ano passado, a magistrada também mandou trocar o administrador judicial da empresa por quebra de confiança. Ela criticou a “postura displicente” do auxiliar da Justiça sobre “fundadas suspeitas” de irregularidades na JR Diesel.
A juíza Gilvana de Souza, da 7ª Vara Cível de Osasco, determinou à Polícia Civil de São Paulo e à Polícia Federal (PF) que enviem inquéritos sobre empresas ligadas a familiares do empresário para ajudar a apurar possíveis irregularidades na recuperação judicial.
O despacho foi assinado após a publicação de uma reportagem do Metrópoles, em agosto de 2023, que relevou as suspeitas de fraudes nas empresas da família Rufino a partir de decisões judiciais, investigações criminais e acusações de credores. A juíza ordenou que o novo administrador judicial apure a “confusão patrimonial” e o “exercício espúrio de poder sobre outras sociedades”.
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