Brasil

Inflação fecha 2024 em 4,83% e passa do teto da meta que é de 4,5%, mostra IBGE

A inflação oficial do Brasil encerrou 2024 em 4,84%, portanto, acima do teto da meta oficial estipulada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 4,5%. Em dezembro, puxada pelos alimentos, o indicador avançou 0,52% ante 0,39% em novembro. Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Assim, a inflação oficial encerra levemente abaixo do que previu a mediana do mercado financeiro no último Boletim Focus do Banco Central, que era de 4,89%. No mês, também fechou abaixo do que previam analistas (+0,57%).

Comparativamente a dezembro de 2023 (0,56%), a taxa registrada no mês passado veio menor. Mas, no ano, o IPCA de 2023 veio em 4,62%, ou seja, menor que neste ano.

O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ficou no comando da autoridade monetária de 2019 a 2024. Nesse período, o BC descumpriu a meta de inflação em 3 destes 6 anos, a despeito de ter mantido uma política monetária mais contracionista, com taxas de juros altas para conter a pressão inflacionária.

Inflação: Alimentos e Bebidas acumulam alta de 7,69% em 12 meses

Os maiores impactos sobre a inflação de 2024 vieram do grupo Alimentação e Bebidas, que acumulou alta de 7,69% em 12 meses e contribuiu com 1,63 pontos percentuais para o IPCA do ano. Além disso, as elevações acumuladas nos preços dos grupos Saúde e cuidados pessoais (6,09%) e Transportes (3,30%) também tiveram impactos significativos (de 0,81 p.p. e 0,69 p.p., respectivamente) sobre o IPCA do ano. Juntos, esses três grupos responderam por cerca de 65% da inflação de 2024.

Gasolina exerceu o maior impacto individual sobre a inflação de 2024

Entre os 377 subitens que têm seus preços considerados no cálculo do IPCA, a gasolina exerceu o maior impacto (0,48 p.p.) individual sobre a inflação de 2024, acumulando alta de 9,71% no ano. Em segundo lugar, veio o subitem Plano de Saúde, que subiu 7,87% em 12 meses e contribuiu com 0,31 p.p. para o IPCA de 2024. A seguir, veio o subitem Refeição fora do domicílio, que acumulou alta de 5,70% em 12 meses, com impacto de 0,20 p.p. no IPCA do ano.

Outro subitem em destaque foi o Café moído, que exerceu o quarto maior impacto individual sobre a inflação do ano passado (0,15 p.p.) e acumulou alta de 39,60% em 2024.

Por outro lado, subitens com preços mais voláteis, como as Passagens aéreas, ajudaram a puxar o IPCA do ano para baixo, com queda acumulada de 22,20% em 2024 e impacto de -0,21 p.p. no IPCA de 2024. Da mesma forma, o Tomate e a Cebola fecharam o ano acumulando queda de preços (-25,86% e -35,31%, respectivamente) e ambos tiveram o mesmo impacto (-0,07 p.p.) sobre a inflação de 2024.

Para Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, “o índice foi puxado pela alta dos itens alimentícios, que sofreram influência de condições climáticas adversas, em vários períodos do ano e em diferentes localidades do país. Além disso, assim como em 2023, a gasolina foi responsável pela maior contribuição no indicador em 2024”.

São Luiz teve a maior inflação acumulada em 12 meses

Entre as 16 localidades onde o IBGE faz o acompanhamento semanal dos preços, São Luís (6,51%) teve a maior inflação acumulada em 2024, principalmente por causa das altas da gasolina (14,24%) e das carnes (16,01%). Belo Horizonte (5,96%) e Goiânia (5,56%) vieram a seguir.

Na região metropolitana de São Paulo, que representa 32,28% do IPCA do país, a inflação de 2024 fechou em 5,01%. No Rio de Janeiro, terceiro maior peso no IPCA nacional entre as localidades, a inflação de 2024 ficou em 4,69%.

O menor resultado foi em Porto Alegre (3,57%), sob influência das quedas locais nos preços da cebola (-42,47%), do tomate (-38,58%) e das passagens aéreas (-16,94%).

INPC fecha o ano em 4,77%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, teve alta de 0,48% em dezembro e ficou 0,15 p.p. acima do resultado de novembro (0,33%). Em dezembro de 2023, o INPC havia sido de 0,55%. Em 2024, o INPC fechou em 4,77%, puxado, principalmente, pelo grupo Alimentação e Bebidas, que acumulou alta de 7,60% em 12 meses, gerando um impacto de 1,83 p.p. sobre o INPC do ano.

O segundo maior impacto no INPC de 2024 (0,74 p.p.) veio do grupo Transportes, que acumulou alta de 3,77% em 2024.

Para Fernando Gonçalves, os grupos de bens e serviços pesquisados se comportaram de maneira similar nos dois índices, INPC e IPCA. “Diferenças podem ser observadas no impacto de alguns subitens, como, por exemplo, plano de saúde e passagens aéreas, que têm menos peso no orçamento das famílias com menor rendimento”.

*Com informações da Agência de Notícias IBGE

Marcelo Passos

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