O governo pressiona a Petrobras a segurar um aumento dos combustíveis nas próximas semanas, até o fim do segundo turno das eleições presidenciais, apesar da situação internacional indicar uma ampliação da defasagem entre o preço do petróleo e os valores praticados no Brasil, relataram fontes da petroleira.
A queda na cotação do petróleo ao longo dos últimos meses ajudou na estratégia de anúncios quase semanais de redução dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha pela Petrobras, como desejava a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro. Todos os anúncios ganharam ampla divulgação pela campanha do presidente.
Nos últimos dias, contudo, a pressão para um reajuste começou a ficar maior, já que o preço internacional de petróleo vem subindo.
Nesta quarta-feira (5), a Opep, grupo dos principais países produtores de petróleo do mundo, anunciou um corte na produção, que tem efeito imediato nos preços. Analistas avaliam que nas próximas semanas o barril de petróleo pode ultrapassar os US$ 110.
Apesar das interferências do governo Bolsonaro na Petrobras, com trocas de presidentes e conselheiros, a empresa segue com a política de paridade internacional, já que precisa repassar ao consumidor o custo da importação de petróleo.
Na campanha de Bolsonaro, a pressão até os últimos dias era para que novos anúncios de cortes nos preços dos combustíveis e gás de cozinha ocorressem. O cenário internacional, entretanto, fez chegar ao grupo próximo do presidente alertas de que a empresa não poderia realizar novos cortes em momento de tanta volatilidade internacional e que havia inclusive risco de ter de anunciar reajustes.