
Frigoríficos brasileiros estão avaliando se farão novos embarques de carne bovina para os Estados Unidos, e já começam a suspender exportações, depois que o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre o Brasil na semana passada, disse em nota a Associação Brasileira de Carne Bovina (Abiec), nesta terça-feira (15).
Os Estados Unidos são o segundo maior mercado para a carne bovina do Brasil, depois da China, que é a maior importadora da commodity do país sul-americano, segundo dados comerciais.
“Houve uma redução significativa no fluxo de produção da carne específica voltada ao mercado norte-americano. O rearranjo está sendo feito com novos parceiros que buscamos intermediar ao redor do mundo, com possibilidades de novas aberturas de mercado”, diz a entidade. Segundo a associação, o redirecionamento ocorre para países com os quais o Brasil mantém exportações, como China, Sudeste Asiático e Oriente Médio.
“As indústrias, de fato, reduziram bastante a produção voltada aos Estados Unidos. Essa é a realidade. Estamos um pouco apreensivos quanto ao que pode acontecer”, afirma a Abiec.
O anúncio das tarifas afetou o setor bovino do Brasil na semana passada e na segunda-feira, com as empresas reduzindo drasticamente as compras de animais devido à incerteza relacionada ao anúncio das tarifas, disse Alcides Torres, consultor de mercado de carne bovina da Scot Consultoria. “O mercado esfriou”, falou.
A declaração veio após o portal G1 noticiar que frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam a produção de carne destinada aos EUA, como medida logística para evitar o acúmulo de estoques de carne que não seriam vendidos. O setor diz que a tarifa inviabiliza as exportações.



















