
No Brasil, onde o desemprego está em níveis historicamente baixos, a escassez de profissionais para preencher vagas tornou-se um desafio crítico, especialmente no setor de supermercados. Em casos extremos, a falta de mão de obra tem levado até ao adiamento da inauguração de novas lojas, segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Oito de dez ocupações que respondem por quase 70% da força de trabalho empregada no setor de supermercados enfrentam escassez de mão de obra, revela um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a pedido do Estadão.
Nessa lista constam:
- Operador de caixa
- Padeiro
- Açougueiro
- Embalador
- Repositor de mercadorias
- Atendente de loja
- Vendedor
- Auxiliar de serviços de alimentação
Esses profissionais, especialmente os que desempenham funções mais técnicas e com maior qualificação, são caçados a laço pelos recrutadores, confirmam redes de supermercados ouvidas pela reportagem.
Além do desemprego baixo, de 6,5% da População Economicamente Ativa no trimestre encerrado em janeiro, segundo o IBGE, outros fatores contribuem para o aperto no mercado de trabalho. De acordo com empresários do setor, muitos jovens que têm o supermercado como o primeiro emprego preferem hoje trabalhos informais devido à maior flexibilidade. Supermercadistas também levantam a hipótese de que os programas sociais acabem reduzindo a oferta de trabalhadores.