
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (8), uma nova fase da operação La Catedral, que investiga um esquema de corrução no sistema prisional de Pernambuco, com forte atuação sobretudo no Presídio de Igarassu, localizado no Grande Recife. As informações são do JC Online.
André de Araújo Albuquerque, ex-secretário executivo da Administração Penitenciária e Ressocialização e que também atuou como superintendente de Segurança Prisional da pasta estadual, foi preso nas primeiras horas desta manhã.
André foi exonerado do cargo de executivo em dezembro do ano passado, em meio ao avanço das investigações. Ele era considerado um braço direito de Paulo Paes, secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização.
No mesmo dia, o policial penal Charles Belarmino de Queiroz também foi exonerado do cargo de diretor do Presídio de Igarassu. Ele foi preso preventivamente na primeira fase da operação da Polícia Federal, deflagrada em 25 de fevereiro deste ano.
Oficialmente, a Polícia Federal ainda não revelou o número de mandados de prisão que estão sendo cumpridos nessa nova fase.
ESQUEMA DE CORRUPÇÃO NO PRESÍDIO DE IGARASSU
Além de Charles, outros sete policiais penais foram presos na primeira fase. A investigação indicou que eles liberaram a entrada de drogas, bebidas alcoólicas, comidas e até garotas de programa no Presídio de Igarassu. Em troca, recebiam pagamentos em dinheiro via Pix, comidas e até joias.
O esquema foi descoberto a partir da apreensão de um celular com o presidiário Lyferson Barbosa da Silva, exercia uma forte liderança no pavilhão onde cumpria pena e que tinha contato direto com Charles e com outros policiais penais em cargos de supervisão.
O contato era feito por meio de mensagens de WhatsApp, ou seja, o presidiário tinha acesso a celulares com autorização da direção.
Preso por participação no assassinato do médico médico Artur Eugênio de Azevedo, de 35 anos – crime ocorrido em 12 de maio de 2014, em Jaboatão dos Guararapes -, Lyferson também é líder de uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas e com forte atuação no município de Rio Formoso, no Litoral Sul de Pernambuco.
No ano passado, em meio às investigações que resultaram na operação da última semana, Lyferson foi transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde permanece cumprindo pena.
Os investigados devem responder pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas; lavagem de dinheiro; corrupção; prevaricação; promoção ou facilitação de ingresso de aparelho telefônico em presídio; participação em organização criminosa.