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Evangélicos caem no vício do jogo do tigrinho, e preocupam pastores, que sugerem ‘orar para libertar’

Evangélicos caem no vício do jogo do tigrinho, e pastores apontam culpados

Em | Da Redação com informações de Folha de São Paulo

Atualizado em

Evangélicos caem no vício do jogo do tigrinho, e preocupam pastores, que sugerem ‘orar para libertar’

Pastores e líderes de tendências evangélicas no Brasil têm manifestado preocupação crescente com o envolvimento de fiéis em jogos de azar, especialmente apostas online, que levam a casos de individualização e dependência. A Igreja Universal do Reino de Deus emitiu um comunicado alertando sobre os perigos dos jogos, apontando que, embora a prática não seja nova, a disseminação das apostas digitais exige atenção especial das lojas. As informações são da Folha de São Paulo.

Segundo pesquisa do PoderData realizada em outubro, 29% dos evangélicos afirmaram já ter feito uma aposta virtual, índice acima da média nacional de 24%. Esse aumento levou líderes religiosos a alertarem suas congregações sobre os riscos financeiros e emocionais que o tráfico pode causar, exemplificados por relatos de fidelidade em dificuldades, como Tania Martins Vieira, que perdeu seu patrimônio para o vício.

Apóstolos como Estevam Hernandes, da Renascer em Cristo, intensificaram os cuidados e o apoio às pessoas envolvidas em apostas, alertando sobre os perigos da digitalização dessas práticas. Hernandes observa que o aumento da oferta de jogos online tornou mais fácil o acesso e, consequentemente, mais frequentes os casos de dependência.

Suposta origem do vício

Lideranças como o bispo Renato Cardoso, da Universal, e o pastor Silas Malafaia, atribuem o vício não apenas a questões emocionais, mas também a influências espirituais. Iniciativas como o programa Celebrando a Recuperação, inspirado nos 12 passos dos Alcoólicos Anônimos, vêm ajudando a fidelidade a lidar com a compulsão e promovendo um ambiente de apoio à recuperação.

O mote “profetizou, jogou, sacou”, popular em empresas de aposta, tem um apelo especial ao evangélico, “acostumado que é a ouvir o verbo profetizar no sentido de ‘manifestar positivamente’ que algo aconteça no mundo espiritual”, repara Marília de Camargo Cesar, autora de “Feridos em Nome de Deus” .

O bispo Renato Cardoso, tido como provável sucessor de Edir Macedo na Universal, abordou o problema no programa “Inteligência e Fé”, exibido em mídias ligadas à igreja. Sua explicação para a dependência enveredou pela via teológica. Culpou o “espírito do vício e o espírito do demônio da riqueza, chamado Mamom”, pela epidemia de jogadores adictos.

Querer ser rico, diz Cardoso, não é obra do diabo. A não ser quando vira cobiça e afasta a pessoa de Deus. “Antes de as pessoas caírem no golpe da criptomoeda, das bets e do tigrinho, elas caíram em Mamom.”

O pastor Silas Malafaia é outro que faz alertas “ao povo sobre a desgraça do jogo”. Se lhe chega um fiel envolvido com a prática, sugere: “Vai orar a Deus, ler a Bíblia, pede para Jesus te libertar dessa praga”.

Sua visão, como a do bispo Cardoso, transborda para o terreno espiritual. “Não é apenas um vício que a Organização Mundial de Saúde classifica como algo terrível. A Bíblia diz que o diabo veio roubar, matar e destruir, então tudo aquilo que leva o homem e sua família à destruição, para nós, tem o diabo por trás.”

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