Dono de terreno onde avião caiu em Vinhedo, diz que viu fogo e corpos após ‘estrondo’

Aeronave ATR que caiu em Vinhedo, matando 62 pessoas Foto: Claudia Vitorino

Luiz Augusto de Oliveira, dono do terreno onde avião da VoePass caiu nessa sexta-feira (9) no interior de São Paulo, no município de Vinhedo com 61 passageiros, contou que estava em casa com a esposa e uma empregada no momento em que a aeronave caiu no terreno que faz parte da sua casa, localizada em um condomínio. Eles viram fogo na aeronave e os corpos das vítimas no local.

“Eu, minha esposa e empregada. A gente no momento da colisão, achamos que era um helicóptero em pane pelo barulho. A hora que eu estava quase saindo da residência. E de repente nós vimos a aeronave já explodindo na garagem da minha residência. Provocou bastante coisa. Mas, assim, graças a Deus, em cima de tudo que aconteceu, foi o menor possível. Só a agradecer a Deus. Até a forma como a aeronave caiu, tá bom? “.

Luiz Augusto estava trabalhando em casa no momento em que o avião caiu. Ele relatou que não viu a queda, mas ouviu um barulho muito alto do que parecia um helicóptero ou avião “com dificuldade” de alguma coisa. Diante da situação, o homem relatou que imaginava que a aeronave pousaria no terreno da residência porque o espaço é grande.

Eu estava num lugar da casa, a empregada no outro, minha mulher no outro, na hora que escutamos foi um estrondo só. Quando eu abri a porta da casa, um fogo enorme estava entrando pela residência, que acho que é a queima do combustível. A empregada grita, ‘acho que é um helicóptero, caiu, já caiu’, disse ele ao UOL.

“Aí nós saímos e falamos ‘vamos sair rápido, vamos sair rápido’. O vizinho ajudou, e graças a Deus, o piloto, em cima de toda a tragédia, ele conseguiu colocar a aeronave de uma maneira que não feriu ninguém em solo”.

Proprietário diz que, apesar da tragédia, ele, a esposa e a funcionária estão bem, dentro do possível. Havia três carros da família na garagem.

“Então, assim, temos que agradecer mesmo ao piloto. Que bem ou mal, no pior momento da vida dele, talvez, ele ainda foi feliz e não feriu ninguém no solo. O choque é muito grande, é uma tristeza muito grande, na hora que você vê os corpos, principalmente, no terreno ali, a aeronave e toda aquela coisa, a gente fica em pânico mesmo. Eu estou um pouco mais tranquilo porque eu não tenho o que fazer, eu tenho que agradecer só, né? E orar pelas pessoas que, infelizmente, não tiveram a felicidade que nós tivemos [de sobreviver]”, finalizou.

Corpos estão sendo retirados do local neste sábado (10)

Na manhã deste sábado (10), após cerca de 17 horas de trabalhos entre destroços, 16 corpos já foram retirados da aeronave, sendo dois identificados. As informações são do Capitão Maycon Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros. Eles permanecem dentro do condomínio onde o avião da VoePass caiu nesta sexta-feira (9) no interior de São Paulo, no município de Vinhedo e serão levados para São Paulo, por caminhões do Instituto Médico Legal (IML). Nenhum dos 62 ocupantes sobreviveu ao acidente.

A aeronave, modelo ATR-72, transportava 58 passageiros e quatro tripulantes. O voo saia de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos, em São Paulo. Um comboio de carros de transporte do IML será escoltado pela Polícia Rodoviária para o traslado entre as cidades. No local do acidente, carros da Polícia Científica foram acionados no início da manhã deste sábado.

Marcelo Passos

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