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Dipirona: popular no Brasil, o clássico remédio para febre e dor é proibido nos Estados Unidos e Europa;saiba motivo

Dipirona: popular no Brasil, remédio é proibido nos Estados Unidos e Europa; saiba motivo

Em | Da Redação

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Dipirona: popular no Brasil, o clássico remédio para febre e dor é proibido nos Estados Unidos e Europa;saiba motivo
Ilustração do mundo como se fosse formado por remédios. .jniittymaa0/pixabay

A dipirona, um medicamento amplamente utilizado para aliviar febre e dor, tem gerado debates intensos sobre sua segurança, eficácia e proibições em diferentes partes do mundo. Enquanto se tornou um dos remédios mais vendidos no Brasil, países como os Estados Unidos e partes da União Europeia proibiram seu uso devido a preocupações com um possível efeito colateral grave.

A história da dipirona remonta ao ano de 1920, quando a farmacêutica alemã Hoechst AG a criou. Poucos anos depois, o medicamento já estava disponível nas drogarias, incluindo no Brasil. Sob nomes comerciais como Novalgina, Dorflex e Neosaldina, a dipirona conquistou a confiança dos consumidores brasileiros ao longo das décadas.

A controvérsia em torno desse medicamento se intensificou nas décadas de 1960 e 1970, quando os primeiros estudos começaram a levantar preocupações sobre um possível efeito colateral chamado agranulocitose, uma grave alteração no sangue. Essa preocupação levou a proibições nos Estados Unidos, parte da União Europeia e outros países.

A dipirona é aclamada por sua eficácia em aliviar a dor e a febre, rivalizando até mesmo com opioides em certos casos. No entanto, a falta de estudos em comparação com outros medicamentos modernos devido à proibição em alguns países levanta questões sobre sua eficácia relativa. Um estudo internacional chamado “Estudo Boston” calculou uma incidência relativamente baixa de casos de agranulocitose em usuários de dipirona, mas a proibição em países de pesquisa médica avançada como os Estados Unidos e partes da Europa diminuiu o interesse em pesquisas adicionais.

No Brasil, a dipirona foi alvo de um estudo abrangente conhecido como Latin Study, realizado em conjunto por cientistas do Brasil, Argentina e México. Embora a pesquisa tenha encontrado uma taxa relativamente baixa de casos de agranulocitose, é importante destacar que o medicamento não é isento de riscos. Especialistas brasileiros e estrangeiros se reuniram em 2001 em um painel de avaliação de segurança da dipirona, concluindo que sua eficácia como analgésico e antitérmico é inquestionável, e os riscos associados ao uso são baixos e similares ou menores do que outros medicamentos disponíveis no mercado.

Apesar da controvérsia, a dipirona é considerada segura quando usada corretamente e de acordo com as indicações médicas. É crucial seguir as dosagens recomendadas e não exceder o limite diário seguro. O consumo excessivo de dipirona pode levar a efeitos colaterais adversos, como enjoo, vômito, disfunção renal e hepática, entre outros. Pacientes com problemas renais ou hepáticos devem ser especialmente cuidadosos.

A dipirona continua a ser um medicamento popular no Brasil e em outros países, apesar das proibições em algumas nações. Sua eficácia em aliviar a dor e a febre é inquestionável, mas a falta de estudos comparativos em larga escala levanta dúvidas sobre sua posição em relação a outros medicamentos modernos. No final das contas, a decisão de usar dipirona deve ser baseada em consulta médica e conhecimento das orientações de uso seguro.

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