Brasil

Demissões de diretores do Itaú coloca em cheque credibilidade do banco com clientes

Demissões de diretores do Itaú coloca em cheque credibilidade do banco com clientes

Em | Da Redação

Atualizado em

Demissões de diretores do Itaú coloca em cheque credibilidade do banco com clientes

Nas últimas semanas, o Itaú Unibanco revelou uma crise de confiança em sua diretoria executiva que acabou assustando os clientes do maior banco privado do país. Apesar do lucro de R$ 10,6 bilhões no 3º trimestre deste ano e de R$ 30,5 bilhões até setembro, muita gente passou desacreditar na eficácia dos controles do banco. As informações são do Bnews

Em 4 de dezembro, o então diretor de Marketing, Eduardo Tracanella, foi demitido por uso indevido do cartão corporativo. Após o anúncio, o Itaú convocou, no dia seguinte, uma Assembleia Geral Extraordinária para anular decisões tomadas de 2021 a 2023 pelo ex-diretor financeiro Alexsandro Broedel, que deixou a empresa em julho para assumir funções no Santander da Espanha.

Tracanella, conhecido como “Traca”, é considerado o diretor de marketing mais poderoso do Brasil na atualidade. Ele estava à frente de uma área do Itaú Unibanco responsável por movimentar R$ 2 bilhões por ano, números que garantiram ao banco campanhas com Madonna e Lewis Hamilton como seus garotos-propaganda. Ele estava na empresa há 27 anos.

Broedel, por sua vez, foi demitido por desrespeitar políticas internas e a regulamentação,  após constatarem que ele agiu em “grave conflito de interesses” e em benefício próprio nas contratações de pareceres técnicos. 

Segundo o Itaú, Broedel aprovou pagamentos a um fornecedor, que não teve o nome revelado, com quem tinha vínculo, utilizando sua alçada e privilégios prerrogativas. O valor total chegou a R$ 10,45 milhões nos últimos quatro anos, sendo: R$ 3,38 milhões em 2021, R$ 1,85 milhão em 2022, R$ 3,35 milhões em 2023 e R$ 1,87 milhão em 2024. A apuração, que já foi comunicada ao Banco Central, foi conduzida pelo comitê de auditoria da instituição e executada pela auditoria interna.

No entanto, o banco ressalta que as irregularidades verificadas não impactarão nas demonstrações financeiras da companhia e teriam ficado restritas apenas aos contratos com um fornecedor específico, sem relação ou influência em outros pareceres.

Em assembleia de acionistas, a instituição disse que vai tomar “todas as medidas legais cabíveis” e que a primeira providência será uma ação de “protesto interruptivo de prescrição”, que congela o prazo legal para que o banco tome providências judiciais, com uma ação cível. Pediu ainda a anulação das contas aprovadas do ex-executivo a sua responsabilização e do fornecedor nas esferas administrativa e judicial.

Diante deste cenário de incertezas e escândalos, surgiu o questionamento sobre confiança no banco, uma vez que ela não foi honesta com os clientes e funcionários sobre a demissão de uma pessoa responsável por proteger o dinheiro de mais de 99,1 milhões de clientes em todo território nacional.

Deixe sua opinião