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Bem-humorado, defensor das minorias e das causas sociais: relembre a trajetória do Papa Francisco

Defensor das minorias e das causas sociais: relembre a trajetória do Papa Francisco

Em | Da Redação

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Bem-humorado, defensor das minorias e das causas sociais: relembre a trajetória do Papa Francisco
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Morreu nesta segunda-feira (21) o Papa Francisco. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos.

“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial do Vaticano.

O líder máximo da Igreja Católica tinha 88 anos e foi internado em fevereiro para enfrentar uma pneumonia que acometeu seus dois pulmões. Nos últimos dois anos, o pontífice enfrentou diversos problemas que o deixaram com a saúde fragilizada. Ele chegou a ter alta médica após 38 dias e fez uma aparição para fiéis católicos durante a missa, na Praça de São Pedro, neste domingo (20) de Páscoa.

Relembre a trajetória do papa

Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, seu nome de batismo é Jorge Mario Bergoglio. Ele é filho de imigrantes italianos que chegaram ao território argentino em 1927.

O desejo por Francisco de seguir careira religiosa foi aos 17 anos, ingressando no seminário aos 21 anos após ter se graduado como técnico em química. Ele então passou a dar aulas em colégios da Companhia de Jesus em Santa Fé e também em Buenos Aires. Foi nesta época que ele foi acometido de uma doença respiratória, se submetendo a uma cirurgia para retirar parte do pulmão.

Francisco foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969. Ele se graduou em 1970 na Faculdade de Filosofia e Teologia de São Miguel, onde formou-se em Teologia. Entre as décadas de 70 e 80, ele deu aulas de Filosofia e Teologia em escolas de Buenos Aires.

Entre 1973 e 1979, foi responsável pela ordem jesuíta da Argentina. Ele foi designado bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e posteriormente arcebispo primaz da Argentina em 1998.

Estando à frente da diocese, Francisco se dedicou a realizar trabalhos pastorais se dedicando ao povo e as injustiças econômicas e sociais, visitando comunidades carentes.

Em 21 de fevereiro de 2001, recebeu o título de cardeal, que lhe foi concedido durante o papado de João Paulo II. Com o falecimento de João Paulo, Francisco foi um dos nomes indicados para ser o sucessor, mas o conclave elegeu Bento XVI.

“Se tivessem escolhido alguém como eu, que causa muitos problemas, eu não teria conseguido fazer nada. Naquela época, isso não teria sido possível. Saí feliz. Bento 16foi um homem que acompanhou o novo estilo. E não foi fácil para ele, hein? Ele encontrou muita resistência dentro do Vaticano”, disse em entrevista para o livro “El Sucesor”.

Em fevereiro de 2013 com a renúncia de Bento XVI, o porta-voz do Vaticano, Fredericco Lombardi, declarou que “a Igreja precisava de alguém com mais energia física e espiritual, que pudesse superar os desafios de um mundo moderno e em constante mudanças”, tendo sido Francisco eleito nesse contexto.

Tendo feito diversos movimentos para a modernidade do mundo atual como abraçar a comunidade LGBT e apoiar o casamento de padres, o Papa também esteve próximo recentemente dos fiéis da Faixa de Gaza, destruída em meio ao conflito com Israel. O pontífice ligava diariamente para eles para dar mensagens de fé e esperança para o futuro.

Da mesma forma, o papa também mandou mensagens de positivismo para os jovens ucranianos, que se recuperam em meios aos conflitos da Guerra da Ucrânia.

Ainda não há mais detalhes a respeito dos trâmites do funeral do líder máximo da igreja católica. Historicamente, uma série de processos e protocolos são adotados para a cerimônia fúnebre.

 

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