O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve lançar “no final de janeiro ou começo de fevereiro” o Voa Brasil, programa do governo federal que prevê passagens aéreas ao preço de até R$ 200. Após reunião no Palácio do Planalto nesta terça-feira (9), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou que as negociações estão sendo finalizadas com as três maiores companhias aéreas brasileiras – Azul, Gol e Latam – para que o lançamento seja finalmente oficializado.
A promessa do Palácio do Planalto em dar à população de menor renda o acesso a viagens de avião a baixo custo vem se arrastando desde o ano passado e chegou a ser prometida para o início do segundo semestre de 2023, quando Márcio França ainda comandava o Ministério de Portos e Aeroportos. A proposta surge no momento em que a classe média voltou a viajar mais de carro e de ônibus diante dos altos valores dos bilhetes aéreos.
De acordo com Costa Filho, serão atendidos, nesta etapa do programa, 20 milhões de aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e 600 mil estudantes beneficiários do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os pensionistas, que até então haviam sido anunciados como beneficiários do Voa Brasil, foram excluídos.
“A gente não tem condições de, do dia para a noite, apresentar um programa que possa ampliar mais setores da sociedade. Hoje o Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes e somente 30 milhões de CPF cadastrados e que viajam de avião”, justifica Costa Filho. Ainda Segundo ele, a expectativa é de que de 2,5 milhões a 3 milhões de brasileiros se interessem e sejam beneficiados pelo Voa Brasil, “o que quase corresponde à população do Paraguai”, compara.
Para se cadastrar, as pessoas aposentadas pelo INSS devem receber até dois salários mínimos e não ter viajado de avião nos últimos 12 meses. O segundo critério vale também para os estudantes do ProUni. A quantidade de passagens disponibilizadas pelas companhias áreas ainda não foi definida e somente deve ser divulgada pelo presidente Lula no lançamento do programa. Não estão sendo investidos recursos do governo federal no Voa Brasil.
“O investimento é o diálogo”, afirma o ministro, que conclui. “É uma forma de o cidadão poder visitar um parente, de fazer um turismo, de um aluno do ProUni poder fazer um curso em outro estado.”
