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Caso Miguel: mãe do menino que caiu de prédio cobra conclusão do caso ao Ministério da Igualdade Racial

Em | Da Redação

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Caso Miguel: mãe do menino que caiu de prédio cobra conclusão do caso ao Ministério da Igualdade Racial
Foto: reprodução internet

Na manhã desta sexta (2), dia que marca três anos da morte do menino Miguel Otávio, que caiu do 9º andar de um prédio de luxo na área central do Recife, a mãe dele, Mirtes Santana, se reuniu com uma representante do Ministério da Igualdade Racial para cobrar a conclusão do caso.

O encontro começou por volta das 9h30 no Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), no bairro da Boa Vista, área central do Recife. Lá, Mirtes conversou com a secretária executiva Roberta Eugênio, a número 2 do ministério.

Essa foi a primeira vez que Mirtes se encontrou com algum representante do governo federal desde a morte de Miguel. Em maio, ela entregou um abaixo-assinado com cerca de 2,8 milhões de assinaturas ao Ministério da Igualdade Racial, durante uma audiência pública em Brasília.

“Está difícil, mas vou continuar lutando. Só estou de pé por causa do meu filho. Enquanto não houver justiça, eu não vou parar”, disse Mirtes, que começou a estudar direito para acompanhar de perto e entender os desdobramentos do caso.

A secretária Roberta Eugênio afirmou que o encontro com Mirtes é uma tentativa de evitar que novos casos como o de Miguel aconteçam no país.

“O ministério vai acompanhar, de modo diligente, todos os casos, na medida do que é possível dentro das nossas competências, e ouvir atentamente, para refletir sobre as necessidades e decidir quais medidas precisam ser desenvolvidas para essa proteção integral das crianças”, disse.

Em maio de 2022, a ex-patroa de Mirtes, Sari Corte Real – que deixou o menino no elevador e apertou o botão da cobertura -, foi condenada a 8 anos e seis meses de prisão. Ela responde ao processo em liberdade até a conclusão, já que apelou para a segunda instância.

“Meu neguinho estaria com 8 anos. Sinto falta dos abraços e dos beijos, principalmente pela noite, quando passávamos mais tempos juntos. Isso é bem difícil para mim. Para amenizar um pouco, eu tento ocupar minha mente, mas é difícil, porque tudo me lembra ele. Miguel não era só o meu filho, era o meu amigo, o meu parceiro”, disse a mãe de Miguel.
Procurado, o advogado Célio Avelino, que defende Sarí Corte Real, disse que “todo debate sobre o caso será feito no âmbito judicial”.

Entenda o caso

No dia 2 de junho de 2020, Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, caiu do 9º andar do Condomínio Pier Maurício de Nassau, um dos imóveis de luxo do conjunto conhecido como “Torres Gêmeas“;

A mãe dele tinha descido ao térreo do prédio para passear com a cadela da patroa, Sarí Corte Real, que estava responsável por cuidar do menino. A manicure dela também estava no apartamento.

Sarí Corte Real é esposa de Sérgio Hacker Corte Real (PSB), então prefeito de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco;

Sari foi presa em flagrante à época da morte do menino por homicídio culposo, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada;

Em maio de 2022, quase dois anos após a tragédia, a ex-patroa de Mirtes foi condenada a 8 anos e seis meses de prisão por abandono de incapaz com resultado morte, mas responde ao processo em liberdade;

No mesmo ano, Mirtes entrou com recurso ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) pedindo para que a pena fosse aumentada.

*As informações são do G1.

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