
Nesse ano, Neil completa 10 anos trabalhando em cruzeiros: ‘Visitei locais que jamais visitaria se não fosse pelo meu trabalho’
Os navios gigantes que saem diariamente do Porto de Santos fizeram parte da infância de Neil Costa, de 32 anos. Natural da Baixada Santista, ele cresceu vendo as embarcações sumirem no meio do oceano, sem imaginar que um dia poderia trabalhar em uma delas.
Tudo mudou após Neil voltar de um estágio de um ano em uma rede de hotéis nos Estados Unidos.
A experiência fez com que ele, turismólogo de formação, ficasse ainda mais apaixonado pela possibilidade de conhecer novas culturas.
Mas viajar pelo mundo exigia dinheiro, e foi então que surgiu a possibilidade de trabalhar a bordo.

Nesse ano, Neil completa 10 anos trabalhando em cruzeiros: ‘Visitei locais que jamais visitaria se não fosse pelo meu trabalho’ – Arquivo pessoal
“Um dia, minha mãe estava lendo jornal e viu um anúncio sobre vagas de trabalho em uma empresa que fazia cruzeiros. Ela deixou em cima da minha cama e eu pensei: por que não tentar?”, conta.
Em janeiro de 2015, Neil fechou seu primeiro contrato de oito meses para trabalhar na equipe de animação de um cruzeiro da empresa Royal Caribbean, com mais de 6.000 passageiros.
Desde então, já se foram mais de dez contratos em oito tipos diferentes de navios.
“A primeira vez que embarquei, eu não sabia o que esperar, não fazia ideia de que o navio era praticamente uma cidade. Fiquei impressionado com a operação”, lembra Neil, que completa dez anos trabalhando em cruzeiros em 2025.
‘CONHEÇO 72 PAÍSES E COMPREI MEU APARTAMENTO’
A vida a bordo foi a maneira que Neil encontrou para conhecer vários países sem gastar muito.
“Fiz temporadas no Caribe, na Europa, no Brasil, na Austrália, em países nórdicos. Visitei locais que jamais visitaria se não fosse pelo meu trabalho”, conta.
Com o tempo, ele percebeu que o trabalho em alto-mar também poderia lhe proporcionar uma carreira de sucesso.
Em 2021, após cinco anos trabalhando na equipe de animação, Neil foi promovido a gerente de atividades. Dois anos depois, recebeu uma nova promoção e se tornou diretor-assistente de cruzeiros.
Ele é responsável por coordenar o entretenimento de um dos maiores navios do mundo.
“É uma operação gigantesca, entre planejar, executar e ainda subir no palco como comunicador. Hoje eu cuido desde a organização de bingos até espetáculos da Broadway”, afirma Neil, que tem como objetivo se tornar diretor de cruzeiro.
“Quero fazer carreira e continuar crescendo profissionalmente. Trabalhar a bordo me deu a oportunidade de pagar por vários sonhos que eu tinha. Me permitiu conhecer 72 países e conquistar meu apartamento”, destaca.
Salários podem chegar a R$ 46 mil.