O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer afirmações falsas sobre vacina contra a covid-19 sem qualquer embasamento científico. Em evento de filiação do PL na cidade de Jundiaí, Bolsonaro disse ter lido a bula do imunizante e afirmou que a composição incluiria “grafeno” que, segundo ele, se acumularia nos “testículos e ovários”. As declarações foram feitas enquanto o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) argumentava sobre a importância do grafeno para o desenvolvimento econômico.
“Agora vocês vão cair pra trás . A vacina de RNA tem dióxido de grafeno, tá. Onde ele se acumula segunda a Pfizer que eu fui lá ver aquele trem lá, no testiculo e no ovário. Eu li a bula”, disse Bolsonaro. Os imunizantes de RNA em uso no País são os da Pfizer e da Jansen.
As bulas das vacinas Pfizer, Coronavac e Janssen, que são distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não citam a presença de grafeno na composição. A divulgação de notícias falsas sobre os imunizantes levou Bolsonaro a ser investigado em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2021, durante uma das ondas de contaminação pela doença, o ex-presidente associou a vacinação ao vírus da aids.
O grafeno é um material composto por átomos de carbono e tem sido apontado como o futuro da tecnologia, de acordo com o Inmetro.
Bolsonaro está na cidade de Jundiaí com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para filiar o prefeito da cidade, Luiz Fernando Machado, ao PL. Agora ex-tucano, Machado era aliado político ex-governador João Doria, que se colocou como um principais opositores de Bolsonaro na Presidência justamente por causa dos ataques do ex-presidente às vacinas. O prefeito de Jundiaí chegou a coordenar a comunicação de Doria na campanha presidencial do ano passado, antes de o ex-tucano desistir da disputa.