
O mercado financeiro dos Estados Unidos já perdeu US$ 9,948 trilhões desde que Donald Trump reassumiu a presidência em 20 de janeiro. O levantamento, divulgado pela consultoria Elos Ayta, aponta que apenas nos últimos três pregões — desde quarta (2) — as perdas de Wall Street chegaram a US$ 6,223 trilhões. O prejuízo, de acordo com apuração do repórter João Nakamurada, da CNN, veio logo após Trump anunciar um pacote de “tarifas recíprocas” contra quase todos os países, em uma data que ele mesmo batizou como “Dia da Libertação”. 📉
Tarifaço
Segundo o presidente, a medida busca reduzir o déficit comercial americano, tornar o comércio mais justo e fortalecer a indústria nacional. Mas a reação do mercado foi imediata — e negativa. Investidores passaram a prever um cenário mais hostil, com inflação elevada, recessão iminente e maior insegurança regulatória.
Incerteza
“O movimento de pânico, alimentado por incertezas regulatórias e temores geopolíticos, atingiu em cheio as empresas americanas, com destaque negativo para os segmentos fora da elite tecnológica”, explicou Einar Rivero, CEO da Elos Ayta. O ambiente volátil afugentou investidores e levou à fuga de capitais em larga escala.
Reação
Nesta segunda-feira (7), as bolsas esboçaram recuperação após rumores de que Trump recuaria nas tarifas. No entanto, o alívio durou pouco: a Casa Branca negou qualquer trégua e os índices voltaram a cair. O Dow Jones fechou em baixa de 0,91%, o S&P 500 recuou 0,23%, e apenas o Nasdaq encerrou com leve alta de 0,1%.
Retaliação da China
Um dos gatilhos da nova rodada de pessimismo veio da China, que na sexta-feira (4) anunciou uma tarifa retaliatória de 34% sobre produtos importados dos EUA. Para Diego Chumah, gestor da ASA Hedge, o movimento chinês jogou mais lenha na fogueira da tensão comercial. “Isso aumenta a percepção de que as tarifas não serão revertidas tão cedo, o que eleva o risco de uma desaceleração global”, avaliou.
Queda nas commodities
Além das bolsas, outros ativos de risco também sentiram o baque. As commodities registraram queda generalizada, e o petróleo tipo Brent acumulou um tombo de 14% desde o dia 2 de abril. “É um reflexo direto do pessimismo com a demanda global”, concluiu Chumah. O mercado, agora, opera em modo de defesa, à espera dos próximos passos do presidente e das reações globais.