A nova variante do coronavírus Arcturus, também chamada de XBB.1.16, foi detectada no Brasil. Sequenciada pela primeira vez na Índia em janeiro deste ano, e hoje presente em quase 40 países, a cepa da Covid-19 recém-descoberta foi identificada no estado de São Paulo, conforme o Ministério da Saúde.
A linhagem é tratada desde meados de abril como uma variante de interesse, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em função da rápida disseminação registrada nas últimas semanas.
O primeiro paciente infectado com o organismo é um homem de 75 anos, acamado e com comorbidades. Os sintomas gripais como febre persistente surgiram no dia 7 de abril, conforme informações do jornal Folha de S. Paulo. O caso foi notificado na sexta-feira (28).
A Secretaria Municipal da Saúde de Saúde informou à Folha que o idoso foi encaminhado para atendimento em um hospital privado na Capital e recebeu alta na última quinta-feira (27).
Ainda conforme o periódico, o homem tinha o esquema vacinal completo contra a doença, inclusive, com a dose da Pfizer bivalente.
A Arcturus provoca sintomas diferentes em comparação às cepas passadas, como conjuntivite e quadros de febre alta. Ela é uma linhagem que descende da BA.2 — que por sua vez derivou da Ômicron. A linhagem já foi sequenciada em ao menos 37 países, incluindo Austrália, Canadá e Reino Unido.
VACINAS SÃO EFICAZES, GARANTE ESPECIALISTA
A Arcturus não apresentou, até o momento, potencial para causar novas ondas de mortes e hospitalizações, ou então gerar riscos mais graves à saúde dos infectados, segundo especialistas. E as atuais vacinas disponíveis, segundo um epidemiologista ouvido pelo jornal Estadão, dão conta de garantir a proteção contra a variante recém-descoberta
Para o epidemiologista Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), embora não se possa afirmar que a nova variante provoque “um desastre sanitário, tal como foi a Gama (P.1), na América do Sul”, a Arcturus coloca em xeque o plano de declarar o fim da pandemia.
“A XBB.1.16 é mais uma VOI [variante de interesse]. Longe de ser irrelevante, mostra como o SARS-COV-2 não deixa de mudar sua estrutura genética para versões que lhe permitem maior longevidade”, disse o especialista.