
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou, mais uma vez, a decisão sobre mudanças na regulamentação da venda de medicamentos como Ozempic e Wegovy, amplamente utilizados no tratamento de obesidade e diabetes. A proposta sugere que as farmácias retenham a receita médica dos consumidores para reforçar o controle sobre a comercialização desses produtos. O julgamento estava na pauta desta segunda-feira (17), mas foi retirado após novo pedido de adiamento.
Recorrente
O tema já havia sido discutido pelo órgão em novembro de 2024, quando um pedido de vista suspendeu a deliberação. Desta vez, segundo o diretor substituto da Anvisa, Rômison Mota, a retirada da pauta ocorreu devido ao recebimento de novas informações em reuniões com fabricantes. O diretor afirmou que há necessidade de um “aprofundamento técnico” para avaliar a viabilidade da proposta.
Declaração
“Durante esse período de vistas, mais notadamente nas últimas semanas, várias informações adicionais chegaram ao gabinete da 4ª diretoria, fruto de reuniões conduzidas com todos os atores interessados, inclusive com as empresas detentoras do registro dos produtos”, declarou Mota.
Cuidado
Segundo Mota, o princípio da cautela exige uma análise mais aprofundada antes da votação. A proposta já conta com um voto favorável, mas ainda precisa ser analisada por outros três diretores da Anvisa para uma decisão final. Enquanto isso, cresce a preocupação sobre o uso indiscriminado desses medicamentos, especialmente após relatos de desvio de finalidade e consumo sem prescrição adequada.
Alternativa
Paralelamente, o mercado farmacêutico brasileiro avança na produção de alternativas. Em dezembro de 2024, a Anvisa autorizou a farmacêutica EMS a fabricar dois medicamentos à base de liraglutida, substância semelhante à semaglutida, usada no Ozempic. Os produtos, batizados de Lirux e Olire, já estavam sendo produzidos em fase piloto para tratamento de diabetes e obesidade, respectivamente.