A tarde de sexta-feira, 9, marcaria o retorno para casa de nove dos 58 passageiros mortos na queda do avião da Voepass em Vinhedo, interior de São Paulo. Eles trabalhavam para o Grupo GhelPlus, empresa do ramo de materiais de construção, que realizou uma convenção no interior do Paraná na quinta-feira anterior à tragédia.
Em nota oficial publicada nas redes sociais, a empresa lamentou o acidente que matou um colaborador e oito representantes comerciais. Das nove pessoas ligadas ao grupo empresarial, três delas atuavam em São Paulo e as demais, no Nordeste. São elas:
- Constantino Thé Maia, atuava como representante comercial no Rio Grande do Norte;
- Thiago Almeida Paula, natural do Ceará, mas atuava como representante comercial no Rio Grande do Norte;
- Raphael Bhone, Regiclaudio Freitas e Wlisses Oliveira, atuavam como representantes comerciais no Ceará;
- Ronaldo Cavaliere, atuava como representante comercial em Alagoas;
- Rosângela Souza e Luciani Cavalcanti, atuavam como representantes comerciais em São Paulo;
- Pedro G. do Nascimento, colaborador lotado em São Paulo.
A queda do avião da Voepass é o acidente aéreo em solo brasileiro com mais vítimas desde 2007, quando uma tragédia com uma aeronave da TAM deixou 199 mortos.
A causa ainda será investigada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). As duas caixas-pretas do avião foram encontradas e o piloto não havia comunicado emergência aos órgãos de controle, conforme a FAB.
A Voepass diz que a aeronave, do tipo ATR, estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo, considerado seguro, é bastante usado na aviação comercial em viagens curtas.
Especialistas acreditam que as condições climáticas podem ter contribuído para o desastre. Imagens da mostram a aeronave cair em giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” no meio da aviação. Esse é o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”. A perda de sustentação pode estar associada à formação de gelo nas asas da aeronave.
A identificação dos mortos será feita no Instituto Médico-Legal (IML) Central, na capital paulista. Os corpos ainda estão sendo retirados da aeronave, em um trabalho que se estende desde a madrugada. Entre as vítimas, havia médicos que viajavam para um congresso de oncologia em São Paulo, empresários que voltavam de um evento de construção civil no Paraná, professores de uma universidades pública local, passageiros que iriam visitar parentes.