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2024 será o ano mais quente já registrado, diz observatório climático europeu Copernicus

2024 será o ano mais quente já registrado, diz observatório climático europeu Copernicus

Em | Da Redação

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2024 será o ano mais quente já registrado, diz observatório climático europeu Copernicus
A média anual era de 1°C acima do nível pré-industrial de 1850 a 1900 – sendo que, em metade de 2023, os termômetros chegaram a ultrapassar 1,5°C.

O ano de 2024 será quase certamente o mais quente já registrado e o primeiro com um aumento da temperatura média mundial superior a 1,5 ºC em relação à era pré-industrial, anunciou nesta quinta-feira (7) o observatório europeu Copernicus.

“Depois de dez meses de 2024, agora é quase certo que este será o ano mais quente já registrado e o primeiro ano com mais de 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais”, afirmou Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudança Climática (C3S) de Copernicus.

Os dados deste observatório indicam que é até “provável” que o aquecimento chegue a 1,55 ºC neste ano.

“Isso marca uma nova etapa nos recordes de temperaturas mundiais e deve servir como um gatilho para aumentar a ambição na próxima conferência sobre mudanças climáticas, a COP29”, que começa em Baku no dia 11 de novembro, declarou Burgess.

Essa cúpula na capital do Azerbaijão será centrada na difícil tarefa de acordar um novo objetivo de financiamento para permitir que os países em desenvolvimento reduzam suas emissões de gases de efeito estufa e se adaptem às mudanças climáticas.

As reuniões ocorrerão sob a sombra do possível retorno de Donald Trump à Casa Branca, que no passado chamou as mudanças climáticas de “farsa”.

Tendência é de queda gradual das temperaturas nos próximos dias, com previsão de fortes tempestades por conta de uma frente fria.

Os dados do Copernicus indicam que o mês passado foi o segundo outubro mais quente já registrado, perdendo apenas para outubro de 2023, com uma temperatura média de 15,25 ºC.

Isso representa 1,65 ºC a mais do que a média entre 1850 e 1900, quando o uso em massa de energias fósseis ainda não havia aquecido significativamente a atmosfera e os oceanos.

É também o 15º mês dos últimos 16 em que a temperatura média global supera esse limite de 1,5 ºC.

Essa marca simbólica corresponde ao objetivo mais ambicioso do acordo climático de Paris de 2015, que visa limitar o aquecimento bem abaixo de 2 ºC e continuar os esforços para não superar os 1,5 ºC.

No entanto, essa meta se refere a tendências climáticas de longo prazo: para considerar o limite ultrapassado, a média de temperaturas globais deverá permanecer acima de 1,5 ºC por 20 a 30 anos.

– Consequências letais –

Os últimos cálculos da ONU não são otimistas nesse sentido. Segundo esses dados, o mundo está a caminho de não cumprir esse limite, que ajudaria a evitar os efeitos mais catastróficos das mudanças climáticas, como secas, ondas de calor ou chuvas torrenciais.

Se as políticas atuais forem mantidas, o planeta caminha para um aquecimento “catastrófico” de 3,1 ºC neste século, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Mesmo considerando todas as promessas de melhorias dos diferentes países, a temperatura média mundial aumentaria em 2,6 ºC, alertou.

Os efeitos letais desse aquecimento foram dramaticamente ilustrados durante as graves inundações no leste da Espanha, que deixaram mais de 200 mortos, a maioria na província de Valência.

O Copernicus destaca que as precipitações foram superiores à média em outubro na península Ibérica, mas também na França, no norte da Itália e na Noruega.

Os cientistas concordam que, na maior parte do planeta, as precipitações extremas estão se tornando cada vez mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas.

© Agence France-Presse

 

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